Moscou, Rússia - Os exércitos russo e sírio suspenderão seus bombardeios durante 8 horas na quinta-feira em Aleppo, na Síria, devastada por ataques aéreos e violentos combates, no âmbito de uma "pausa humanitária", anunciou nesta segunda-feira o Estado-Maior russo.
[SAIBAMAIS]"Uma pausa humanitária será aplicada em 20 de outubro em Aleppo das 08h00 às 16h00" locais, declarou o general Serguei Rudskoi, do Estado-Maior russo, à imprensa. "As forças russas e sírias suspenderão durante este período seus bombardeios e todos os outros disparos", disse. Moscou e Damasco tomaram esta decisão "sobretudo para permitir aos civis deixar (a cidade) em total liberdade, para evacuar os doentes e feridos e garantir a retirada dos rebeldes armados", acrescentou a fonte.
Na quinta-feira serão abertos oito corredores humanitários, um deles pela estrada do Castelo, para a retirada dos combatentes, além de outro com o mesmo fim, mais seis para a evacuação de civis, prosseguiu o general Rudskoi. O oficial assegurou que o exército russo está "disposto a interromper o fogo a qualquer momento, desde o primeiro pedido das organizações humanitárias, para garantir um acesso sem obstáculos do pessoal médico" à cidade devastada.
Aleppo, segunda cidade da Síria, está dividida desde 2012 entre os bairros do leste, sob controle dos opositores ao presidente Bashar al Assad, e o oeste, nas mãos do regime. A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, qualificou nesta segunda-feira como um "passo positivo" o anúncio do cessar-fogo.
"Certamente é um passo positivo", disse Mogherini em coletiva de imprensa, ao fim de uma reunião de chanceleres europeus em Luxemburgo. No entanto, ela considerou insuficiente o cessar, pois as agências de ajuda destacam que serão necessárias 12 horas para permitir o acesso de comboios.
A ONU também saudou o anúncio do cessar-fogo, mas também o considerou insuficiente para o envio de ajuda aos civis. "Saudaremos qualquer pausa nos combates, mas existe a necessidade de uma pausa maior para levar ajuda para lá", disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.