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Em iniciativa polêmica, Paris terá 'sala do pico' para viciados

Essa "sala de consumo de drogas de menor risco" (SCMR) fica no Hospital Lariboisière, perto da Gare du Nord, nos arredores da estação de trem no norte de Paris, o bairro da capital mais atingido por esse flagelo

Agência France-Presse
postado em 17/10/2016 21:47

A primeira "sala de pico" da França foi inaugurada nesta segunda-feira (17/10), em Paris, um lugar para que os viciados possam injetar drogas em um ambiente controlado e com boas condições sanitárias.

Algumas associações saudaram o experimento, mas a opinião pública está dividida.

Essa "sala de consumo de drogas de menor risco" (SCMR) fica no Hospital Lariboisi;re, perto da Gare du Nord, nos arredores da estação de trem no norte de Paris, o bairro da capital mais atingido por esse flagelo.

A abertura da sala faz parte de um experimento de seis anos, permitido no âmbito da Lei de Saúde adotada em dezembro de 2015 pelo Parlamento francês. É reservada aos dependentes químicos adultos que injetem substâncias levadas por eles mesmos, sob a supervisão de pessoas qualificadas e com material esterilizado.

Cerca de 20 médicos, enfermeiras, educadores, assistentes sociais e agentes de segurança estarão à disposição dos usuários.

Com essa "sala", a França se une à Alemanha, Austrália, Canadá, Espanha, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Holanda e Suíça, onde esses espaços se mostraram eficazes nos últimos anos.

Segundo o Ministério francês da Saúde, "a situação sanitária dos usuários de drogas continua muito preocupante na França". Em 2011, mais de 10% dos usuários franceses foram infectados pelo vírus da aids, e mais de 40%, pelo da hepatite C, de acordo com o governo.

Há anos reivindicada por associações e por uma parte da comunidade francesa, a iniciativa é bastante polêmica.

Em pesquisa publicada no domingo, a maioria dos franceses (53%) se declarou contrária à abertura dessas "salas de pico".

No bairro parisiense onde a sala será instalada, vários imóveis amanheceram com faixas de protesto nas janelas, criticando seu funcionamento em áreas residenciais. Os moradores dizem temer problemas na vizinhança.

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