Mohamed Abdeslam pediu nesta segunda-feira (17/10) a seu irmão Salah - principal suspeito dos atentados cometidos em Paris, em 13 de novembro de 2015 -, que "se manifeste", enquanto ele mesmo preferiu ficar em silêncio - informaram seus advogados.
"Peço ao meu irmão que se manifeste", declarou Mohamed Abdeslam, em entrevista à RTL, maior rádio francesa.
"Durante minhas visitas à Bélgica, eu realmente tive um Salah Abdeslam que estava pronto para falar (...) Alguns meses depois, é uma outra pessoa que está diante de mim. Eu pude constatar, efetivamente, que Salah estava mais retraído, mais fechado em si mesmo", acrescentou.
De acordo com os investigadores, Salah Abdeslam, um francês de origem belga de 27 anos, esteve no centro dos preparativos dos atentados mais sangrentos já cometidos na França, com saldo de 130 mortos. Depois de quatro meses de caçada em Bruxelas, ele foi detido em 18 de março e levado à Justiça francesa em 27 de abril para ser processado - entre outras acusações, por assassinatos terroristas.
Ele é o único membro ainda vivo dos comandos extremistas de 13 de novembro.
Salah Abdeslam foi colocado na solitária do presídio de Fleury-Mérogis, no subúrbio de Paris, com vigilância por câmera 24h por dia.
Certos de que ele não vai colaborar com a Justiça e que "aplicará o direito ao silêncio" até o fim, seus advogados anunciaram na semana passada que vão renunciar à sua defesa.
"Essa prisão, todas essas condições que são extremamente difíceis de detenção, o fechamento em si mesmo... Às vezes, tenho a impressão de que ele está em alguma parte ainda mais radicalizado do que ;desradicalizado;", comentou Mohamed Abdeslam sobre o irmão, revelando que costuma visitá-lo a cada três meses.
O outro irmão de Mohamed e Salah, Brahim detonou-se em um café parisiense na noite de 13 de novembro.