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Anistia denuncia violência contra iraquianos que fogem do Estado Islâmico

A denúncia da Anistia se baseia em um relatório elaborado com entrevistas com mais de 470 testemunhas, entre elas antigos detidos, e familiares de vítimas assassinadas, detidas ou desaparecidas, além de funcionários e ativistas

Agência France-Presse
postado em 18/10/2016 08:48
Londres, Reino Unido - Milhares de civis iraquianos que fugiam de zonas controladas pelo Estado Islâmico foram torturados, detidos arbitrariamente e executados por grupos paramilitares e forças governamentais, denunciou nesta terça-feira (18/10) a Anistia Internacional.

A organização de defesa dos direitos humanos pediu o fim dos ataques, frequentemente contra sunitas suspeitos de cumplicidade com o Estado Islâmico (EI), agora que as forças iraquianas se preparam para recuperar a cidade de Mossul das mãos dos extremistas.

"Depois de escapar dos horrores da guerra e da tirania do EI, os árabes sunitas do Iraque enfrentam atos brutais de vingança das milícias e forças governamentais, e são punidos por crimes cometidos pela organização", disse Philip Luther, responsável de análises do Oriente Médio da Anistia.

[SAIBAMAIS]"Não há justificativa para as execuções extrajudiciais, os desaparecimentos forçados, as torturas ou as detenções arbitrárias". "À medida que a batalha para reconquistar Mossul avança, é crucial que as autoridades iraquianas tomem medidas para garantir que estes abusos não se repitam", concluiu.



A denúncia da Anistia se baseia em um relatório elaborado com entrevistas com mais de 470 testemunhas, entre elas antigos detidos, e familiares de vítimas assassinadas, detidas ou desaparecidas, além de funcionários e ativistas.

O relatório cita um caso ocorrido em maio, quando 12 homens e 4 menores da tribo Jumaila que fugiam de Al Sijir, ao norte de Fallujah, foram executados depois de se entregar a homens que vestiam uniformes da polícia federal e do exército.

Em junho, as milícias detiveram 1.300 homens e crianças da tribo Mehemda que fugiam de Saqlawiya, noroeste de Fallujah, e muitos foram torturados antes de ser entregues às autoridades locais. Os sobreviventes disseram que foram espancados e privados de comida e água.

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