Hillary Clinton e Donald Trump sobem hoje ao palco em Las Vegas, no terceiro e último debate entre os candidatos à eleição presidencial de novembro, em momentos opostos da campanha. Nas duas semanas decorridas desde o primeiro encontro, vencido pela democrata, o republicano viu a desvantagem nas pesquisas nacionais de opinião saltar para marcas entre sete e 11 pontos percentuais. Em meio aos preparativos finais de ambas as equipes, uma rodada de sondagens em 15 estados onde a disputa permanece aberta mostrou Hillary em clara vantagem ; a ponto de lançar iniciativa para ganhar terreno em redutos da oposição. Trump tenta ganhar fôlego para as três semanas finais até a votação, sob risco de cometer um deslize irreversível, mas via-se ontem às voltas com forte rejeição, no próprio partido, às denúncias que vem fazendo sobre fraude, que valeram censura do próprio presidente Barack Obama.
;Nunca vi, na minha vida ou na história da política moderna, nenhum candidato à presidência tentando desacreditar as eleições antes de a votação acontecer;, observou Obama, em um encontro com a imprensa no jardim da Casa Branca. O presidente repreendeu o empresário por ;choramingar antes do fim do jogo; e arrematou com outro ataque às capacidades do candidato para comandar a Casa Branca. ;Isso é irresponsável e, aliás, não mostra o tipo de liderança e firmeza que se deseja de um presidente;, resumiu.
A aptidão dos dois principais concorrentes para assumir o cargo é um dos tópicos escolhidos para o debate desta noite. Nos dois primeiros encontros, Trump demonstrou impaciência e optou por fazer ataques pessoais contra Hillary Clitnon, alimentando aqueles que colocam em dúvida o equilíbrio pessoal do presidenciável e apontam a incompatibilidade entre seu estilo agressivo e a figura de um presidente dos EUA. A polêmica sobre os casos de assédio sexual que surgiram nas últimas semanas agravou ainda mais a situação do bilionário perante a opinião pública.
Temas como imigração, dívida pública, política externa e a escolha de um juiz para a Suprema Corte estão na agenda do confronto em Las Vegas. Segundo a equipe democrata, Hillary reservou quatro dias para se preparar para o debate, de olho nos altos índices de audiência esperados para o programa. Em entrevista à rede de tevê CNN, Kellyanne Conway, diretora da campanha de Trump, afirmou que ;nada de diferente; está sendo preparado em relação à estratégia dos debates anteriores. O empresário, porém, deve reiterar a proposta de impor limites aos mandatos de membros do Congresso e de promover uma ;reforma ética; na política norte-americana.
Ganhando terreno
Somando-se à ampliação da vantagem para Hillary em diversas sondagens eleitorais de âmbito nacional, uma pesquisa divulgada pelo jornal The Washington Post mostra que a democrata lidera em nove dos 15 estados onde a disputa é considerada acirrada, ainda sem previsão segura para o resultado. Segundo o estudo, a ex-secretária de Estado está na frente de Trump, com ao menos quatro pontos percentuais, inclusive em estados importantes para os republicanos, como Geórgia, Michigan, Novo México, Colorado, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.
A disputa segue difícil também em estados tradicionalmente republicanos, como Arizona, Ohio e Texas, onde Hillary está atrás do concorrente por apenas dois pontos percentuais (44%-42%) ; em boa parte, por conta da decisão do clã Bush de ficar à margem da campanha de Trump. A possibilidade de a governista virar o jogo nos redutos da oposição incentivou a intensificação dos esforços de campanha nesses estados.
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