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Concurso de beleza de albinos luta contra o preconceito no Quênia

Inúmeros jovens com esta condição genética foram o centro das atenções na escolha dos primeiros "Miss e Mister Albinismo Quênia"

Agência France-Presse
postado em 22/10/2016 12:49

Inúmeros jovens com esta condição genética foram o centro das atenções na escolha dos primeiros

Em alguns países da África os albinos são estigmatizados e perseguidos, mas na sexta-feira no Quênia inúmeros jovens com esta condição genética foram o centro das atenções na escolha dos primeiros "Miss e Mister Albinismo Quênia".

[SAIBAMAIS]O primeiro concurso deste tipo, segundo os organizadores, tinha como objetivo mostrar "que há albinos belos e que se sentem bem consigo mesmo", explicou Isaac Mwaura, o primeiro deputado albino queniano e organizador do evento.

O albinismo é uma condição genética que se caracteriza pela ausência de pigmento na pele, cabelo e olhos. "Na África, as pessoas têm a pele negra. Quando uma mulher dá à luz a um albino dizem que é uma maldição", contou Nancy Njeri Kariuki, uma jovem de 24 anos que viajou da região central do Quênia para participar do concurso.

Inúmeros jovens com esta condição genética foram o centro das atenções na escolha dos primeiros

"Até as crianças da mesma idade têm medo", acrescentou a jovem que desfilou com uma peruca castanha diante do vice-presidente do país, William Ruto. Os participantes desfilaram com vestimentas semelhantes às usadas em seus trabalhos: de pescador a soldado, passando por uma jogadora de rúgbi, para demonstrar que também podem ser parte da população ativa do país.

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Segundo Isaac Mwaura, os albinos têm muita dificuldade de encontrar emprego. Michael Ogochi, um participante de 21 anos, explicou que o concurso o ajudou a ter mais confiança em si mesmo. "Crescer foi difícil para mim (...) ninguém queria estar comigo. Você tem que trabalhar a sua autoestima e ser resistente", disse.

Em vários países do sul e do leste da África, como Tanzânia, Malauí, Burundi ou Moçambique, os albinos são vítimas de diversos ataques. Alguns são perseguidos e têm seus membros amputados para rituais de feitiçaria. Esse tipo de ataque, entretanto, não é comum no Quênia.

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