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Confrontos retornam à cidade síria de Aleppo após trégua inútil

A Rússia não permitiu a retirada de feridos das áreas atingidas pelos ataques

Agência France-Presse
postado em 23/10/2016 09:18

Síria - Os confrontos entre as forças do regime de Damasco e os rebeldes retornaram à cidade síria de Aleppo, após o fim de uma trégua "humanitária" de três dias decretada pela Rússia que não permitiu a retirada de quase nenhum ferido dos bairros cercados.

Na madrugada de sábado para domingo (23/10), vários foguetes foram lançados contra os bairros da zona oeste de Aleppo, controlados pelo governo, ao mesmo tempo que tiros e bombardeios aéreos atingiram as áreas rebeldes da zona leste da cidade, indicou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Ao menos três pessoas ficaram feridas, de acordo com a ONG.

"O regime e os rebeldes reforçaram os efetivos militares, o que provoca o nosso temor, no caso de fracasso do cessar-fogo, de uma grande operação militar", advertiu Abdel Rahman, diretor do OSDH neste sábado (22/10).

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Aleppo, que já foi a capital econômica da Síria, virou o símbolo da guerra que devasta o país desde março de 2011 e que já provocou mais de 300 mil mortes. A cidade está dividida desde 2012 entre os bairros da zona oeste sob controle do governo e os bairros da zona leste dominados pelos rebeldes, completamente cercados pelas tropas sírias desde julho.

A situação priva estas zonas de ajuda humanitária e a ameaça de uma crise alimentar é muito grande, afirma a ONU. Depois de intensificar os bombardeios contra a parte rebelde de Aleppo e seus quase de 250.000 habitantes a partir de 22 de setembro, a Rússia, acusada de cometer "crimes de guerra" na cidade, decretou uma pausa "humanitária" de três dias que terminou às 19H00 locais (14H00 de Brasília) de sábado.

A trégua não permitiu que a ONU retirasse 200 feridos, bloqueados na zona leste da cidade. Os oito corredores abertos para permitir a passagem de civis e milicianos a partir da área rebelde permaneceram desertos. Apenas oito combatentes feridos e sete civis deixaram a zona rebelde no período da trégua.

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