O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban criticou a União Europeia, que ele classifica como uma nova força opressora. Neste domingo, a Hungria comemora o 60; aniversário da revolução de 1956 contra o domínio soviético.
Orban disse que a Hungria deve se manter contra a proposta da UE que pretende acolher e ajudar refugiados, e que para isso o país deve fortificar suas fronteiras e recuperar o controle nacional sobre as políticas de migração.
[SAIBAMAIS]"A tarefa de hoje das nações europeias amantes da liberdade é impedir que Bruxelas seja hoje como eram os soviéticos. Eles querem decidir, em vez de nós, com quem e como queremos coexistir", disse Orban em um discurso na frente do Parlamento. Ele lembrou o espírito do levante de 1956, que foi esmagado0 pelos tanques russos. "Nós não queremos que uma aliança de nações europeias livres seja substituída por um Estados Unidos da Europa."
A Hungria lidera uma coalizão informal de países que faziam parte do domínio soviético, e que aderiram à UE a pouco mais de uma década atrás, mas que cada vez mais defende uma união mais flexível. O grupo, que inclui a Polônia, a República Checa e a Eslováquia, diz ter se cansado das ordens de Bruxelas.
"Estes dois países (Hungria e Polônia), que são construídos sobre alicerces cristãos e independentes no seio da UE, não deixarão de maneira alguma que nossas tradições e liberdade sejam tirados de nós", disse o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em um discurso durante as comemorações em Budapeste.
Orban disse que as centenas de milhares de imigrantes, vindos principalmente de países muçulmanos e que entraram na UE nos últimos meses, ameaçam a uniformidade religiosa e cultural cristã da Hungria.
A campanha anti-imigração de Orban tem sido bem recebida no país, e o seu partido Fidesz registrou o melhor índice de aprovação deste ano em outubro, de acordo com a Zavecz Research. Ainda assim, o primeiro-ministro húngaro enfrentou uma oposição combativa de partidos de esquerda neste domingo.
Reunidos em outra praça de Budapeste, manifestantes atacaram Orban, dizendo que a Hungria deveria desempenhar um papel mais construtivo na União Europeia. "Chega da política anti-UE e do governo Orban," disse Gabor Fodor, chefe do partido liberal que faz oposição ao governo.