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Hillary Clinton aumenta vantagem sobre Donald Trump para 12 pontos

Esse foi o maior nível de apoio registrado em todas as pesquisas realizadas pela ABC News desde o começo da campanha

Agência France-Presse
postado em 23/10/2016 21:09
Esse foi o maior nível de apoio registrado em todas as pesquisas realizadas pela ABC News desde o começo da campanha
Washington -
A candidata democrata Hillary Clinton supera seu oponente republicano Donald Trump por uma confortável margem de 12 pontos, sua maior vantagem a duas semanas da eleição presidencial americana - de acordo com pesquisa publicada neste domingo (23/10). A ex-secretária de Estado, de 68 anos, tem 50% das intenções de voto contra 38% para o magnata, de 70, indica a pesquisa ABC News/The Washington Post.

Esse foi o maior nível de apoio que Hillary registrado em todas as pesquisas realizadas pela ABC News desde o começo da campanha e o menor índice para Trump. A sondagem da ABC News dava apenas quatro pontos de vantagem para Hillary depois do segundo debate entre os candidatos em 9 de outubro.

De acordo o site RealClearPolitics, a média das pesquisas em nível nacional mostra uma vantagem para Hillary de 47,7% contra 41,9%. Ela também está na frente na Pensilvânia e na Flórida, outros dois campos de batalha. Já Trump se mantém forte em bastiões como o Texas, com uma vantagem de três pontos.

A última pesquisa da ABC News/The Washington Post revela também que 69% dos consultados desaprovam a resposta de Trump às mulheres que o acusam de abuso sexual.

No sábado (22), o magnata afirmou que as mulheres estão mentindo e prometeu processá-las depois da eleição de 8 de novembro. Até agora, 11 mulheres acusaram Trump publicamente.

A pesquisa revela uma clara vantagem de Hillary entre as mulheres, com 55% de apoio contra 35% para Trump. Já entre as mulheres brancas com formação universitária, o apoio ao republicano é de 32%. Esse grupo tem sido especialmente crítico das reações do candidato às última denúncias.

Os números mostram ainda que, pela primeira vez, Hillary supera o empresário também entre os homens, com 44% de adesão contra 41%. Quase 60% dos entrevistados rejeitam as afirmações do candidato republicano de que a eleição está sendo manipulada, e 65% criticam-no por dizer que pode não aceitar o resultado em caso de derrota.

O candidato libertário Gary Johnson e a ecologista Jill Stein têm 5% e 2% de apoio, respectivamente, o mesmo que na pesquisa anterior.

A ABC News entrevistou 1.391 pessoas maiores de idade, 874 das quais provavelmente irão votar, entre os dias 20 a 22 de outubro. A margem de erro é de 3,5 pontos para mais, ou para menos.

Indecisos e minorias


A democrata concentra suas energias em captar o voto dos republicanos indecisos e dos independentes, enquanto apoia os candidatos de seu partido à Câmara de Representantes e ao Senado. O objetivo é recuperar o controle do Congresso.

"Estamos falando do que está em jogo nessas eleições, marcando contrastes, mas estamos dando às pessoas motivos pelos quais votar a favor (do Partido Democrata), não apenas votar contra (os republicanos)", disse Hillary, no final de seu último ato de campanha no sábado.

Consciente de que o voto das minorias é crucial para chegar à Casa Branca, a candidata visitou uma igreja de fiéis negros em Durham, na Carolina do Norte, um dos estados mais importantes no xadrez eleitoral.

O magnata conta com o apoio de 47% dos americanos brancos contra 43% para Hillary. Em 2012, o republicano Mitt Romney venceu nesse grupo demográfico por uma diferença de 20 pontos.

Os dados apontam que os republicanos precisam prevalecer entre os eleitores brancos para ganhar, se os eleitores de outras etnias escolherem em peso os democratas.

Nas eleições de 2008, o presidente Barack Obama venceu na Carolina do Norte por estreita margem, mas o republicano Mitt Romney foi vitorioso nele quatro anos mais tarde. A campanha de Hillary tenta, agora, recuperá-lo para as fileiras democratas.

Diante de um grupo de pessoas, entre elas Sybrina Fulton - mãe de Trayvon Martin, o rapaz negro assassinado em 2012, um episódio que comoveu o país -, Hillary alertou contra o "sistemático racismo" que existe nos Estados Unidos.

"Se formos honestos uns com os outros, sabemos que enfrentamos uma contínua discriminação contra os afro-americanos e, em particular, contra os jovens afro-americanos", afirmou. "Essas conversas podem ser dolorosas para todos, mas temos de abordá-las", afirmou.

Hillary Clinton acusou Trump de projetar "uma imagem desanimadora" das zonas urbanas deprimidas e de ignorar as conquistas dos líderes negros sob qualquer aspecto.

Neste momento, a equipe de Hillary pisa no acelerador para conseguir uma ampla vitória, na esperança de recuperar o controle de pelo menos uma das duas Casas do Congresso.

Além de suas duas aparições em Charlotte e Raleigh, na Carolina do Norte, ela conta com a ajuda do marido, o ex-presidente Bill Clinton, que falará na Flórida, e do presidente Barack Obama, que estará em Nevada.

"Não damos nada como certo", garantiu neste domingo à Fox News a chefe de campanha da candidata democrata, Robby Mook.

"Estamos atrás", reconheceu a chefe de campanha do republicano, Kellyanne Conway, ao canal NBC, ressaltando que "o fato é que essa corrida não terminou".

Na agenda de Trump deste domingo, estava previsto um comício em Naples, na Flórida, estado-chave para chegar à Casa Branca.

Nesse meio-tempo, o republicano recebeu o primeiro apoio de um jornal importante, The Las Vegas Review-Journal, que defendeu que o candidato desempenhará sua função de presidente com "sensibilidade corporativa e um determinação inalterável".

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