Hellen Leite
postado em 27/10/2016 12:51
Para os analistas de campanha americanos, uma democrata e um republicano, a disputa entre Hillary Clinton e Donald Trump pela presidência dos Estados será impactante para ambos os lados, independente de quem será o vencedor. Tanto Hillary quanto Trump correm o risco de governar com minoria no Congresso.
[SAIBAMAIS]David J. Kramer, advogado e candidato republicano ao Senado em 2006, e Penny Lee, jornalista e conselheira política democrata, estiveram no Brasília, nesta quinta-feira, (27/10), para discutir suas visões sobre as eleições dos Estados Unidos, em um debate organizado pelo Correio em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos.
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Para Kremer, seu partido passará por mais mudanças se perder ao invés de vencer. "Ao contrário do que muitos pensam, Trump não é um conservador, por isso haverá transformações no partido. Se ganhar, ele se tornará de fato o líder republicano".
Para Lee, a situação é oposta, se Hillary ganhar, o próximo desafio do partido Democrata é vencer as eleições intermediárias. "Hillary tem uma grande capacidade de liderança, mas se ela for presidente terá vários desafios, como alcançar os republicanos e ouvir o que os eleitores de Trump têm a dizer, por exemplo", comenta.
Relação Brasil x Estados Unidos
Os analistas comentaram também sobre como os candidatos encaram a economia e as relações comerciais com o mundo, e especialmente com o Brasil.
O Brasil se beneficiaria de uma maior abertura dos EUA a produtos brasileiros. Hoje os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. Historicamente, o Partido Republicano, de Trump, defende o livre comércio e se opõe a medidas protecionistas que ajudem empresas americanas a competir com estrangeiras.
Já o Partido Democrata, de Hillary, encara o livre comércio com maior ceticismo e é normalmente mais sensível a apelos por políticas protecionistas. No entanto, Kremer acredita que a política externa americana mude significativamente. "Não temos uma política externa democrata ou republicana, temos uma política externa dos Estados Unidos", diz.