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Papa reúne no Vaticano movimentos de base para discutir deslocados

Delegações de 92 movimentos provenientes de 65 países em representação aos esquecidos e excluídos de todos os continentes debaterão com especialistas

Agência France-Presse
postado em 28/10/2016 12:30
Cidade do Vaticano, Santa Sé - Mais de 150 representantes dos movimentos populares de todo o mundo, entre eles camponeses sem terra, se reunirão novamente no Vaticano a pedido do papa Francisco para falar de pobreza, deslocados e refugiados.

O evento, que será realizado de 2 a 5 de novembro, contará com a participação do pontífice, assim como de personalidades comprometidas a favor da justiça social, como o ex-presidente uruguaio José Mujica e o religioso italiano Luigi Ciotti, fundador do movimento anti-máfia Libera.

Delegações de 92 movimentos provenientes de 65 países em representação aos esquecidos e excluídos de todos os continentes debaterão com especialistas, estudiosos, ativistas e prelados sobre como mudar um sistema econômico injusto.

"A luta pelos três ;T;, teto, terra e trabalho, continua sendo o coração de nossos encontros, direitos que estão sendo violados por um sistema injusto que deixa milhões de camponeses sem terra, famílias sem teto e trabalhadores sem direitos", explicou em Roma o argentino Juan Grabois, entre os organizadores.

Trata-se do terceiro encontro mundial, depois do primeiro, realizado em Roma em 2014, e o de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) em 2015, durante a visita do papa Francisco a este país.

"O diálogo entre nós e a igreja não se concentra no que fazer pelos pobres, mas em [SAIBAMAIS]como acompanhar e sensibilizar estes processos que surgem das bases populares. Uma perspectiva fora dos enfoques paternalistas e assistenciais", explicou Grabois, que é, há poucos meses, assessor do Vaticano e que foi responsável pela Confederação de Trabalhadores da Economia Popular.

"O primeiro encontro nos serviu para conhecer nossas realidades, o segundo para discernir e o terceiro deverá elaborar propostas de mudança", afirmou o líder argentino. Além destes temas, os movimentos de base abordarão uma das maiores preocupações do Papa argentino, o problema dos refugiados e deslocados pela fome e pelos conflitos do mundo.



"Neste ano também incluímos o tema dos deslocados e refugiados, a emergência mais grave da humanidade", explicou o organizador do encontro. "Um problema que expressa as contradições mais brutais do sistema: xenofobia e violência", disse. "Falaremos do Oriente Médio, da África, do México, dos problemas para os países de trânsito, de origem e de destino", explicou.

Ao término do encontro, no dia 5 de novembro, os movimentos entregarão ao papa Francisco na Sala Paulo VI do Vaticano um documento sobre os três dias de trabalho com as medidas mais urgentes que eles propõem para ajudar a resolver estas questões.

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