Hillary Clinton e Donald Trump se preparam para imprimir neste domingo (06/11) um ritmo frenético as suas campanhas a apenas dois dias das eleições presidenciais, cruzando todo o país em busca dos últimos votos para abrir caminho rumo à Casa Branca. A ex-secretária de Estado planeja se apresentar neste domingo na companhia de astros da música, em uma última tentativa de avançar entre o eleitorado mais jovem, com convidados como as estrelas Beyoncé e Katy Perry.
Enquanto isso, Trump iniciava na manhã deste domingo uma verdadeira maratona com paradas em Iowa, Minnesota, Michigan, Pensilvânia, Flórida, Carolina do Norte e New Hampshire, estados considerados fundamentais para conseguir a vitória na terça-feira. "Parece que quer ir para todos os lugares de uma vez só", disse a jornalistas um dos porta-vozes da campanha de Hillary, Robby Mook.
[SAIBAMAIS]
Uma pesquisa realizada pela rede ABC e pelo jornal Washington Post, divulgada neste domingo, atribuiu a Hillary uma vantagem sobre Trump de cinco pontos percentuais, 48% a 43%. Enquanto isso, o site especializado RealClearPolitics, que analisa a média de todas as pesquisas, indica que a vantagem de Hillary é de apenas pouco mais de um ponto percentual, 46,4% a 45,0%. No sábado, a diferença era de 46,6% a 44,9%.
Tensão crescente
O ritmo frenético das duas campanhas é reflexo deste cenário, muito mais tenso do que Hillary ou Trump estão dispostos a admitir. A disputa acirrada convenceu a equipe da ex-secretária de Estado a encerrar a campanha na segunda-feira com as cartas mais pesadas que tem na manga: levará ao palco seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, acompanhado do atual presidente, Barack Obama, e sua extraordinariamente popular esposa Michelle.
A tensão neste segmento final da campanha se tornou evidente na noite de sábado (05/11), quando foi registrada uma confusão em um ato de campanha de Trump e o candidato foi retirado rapidamente do palco por agentes do Serviço Secreto. O incidente ocorreu quando um homem com um cartaz que dizia "Republicanos contra Trump" foi agredido por seguidores do candidato. O homem foi detido e posteriormente libertado, ao ser constatado que não portava nenhuma arma. No entanto, um dos filhos de Trump mencionou na rede social Twitter que seu pai havia sido alvo de uma "tentativa de assassinato".
Sem opção para Trump
Imediatamente, fontes da equipe de Hillary ironizaram Trump e o incidente, alegando que se tratava de sintomas de pânico. Em resposta, a equipe de Trump sugeriu que a decisão de levar Obama ao palco em um ato em Michigan, além de uma nova viagem à Carolina do Norte, era sinal de desespero diante da possibilidade da derrota.
Robby Mook, um dos porta-vozes da campanha de Hillary, disse que Trump precisará vencer as eleições em todos os estados onde a disputa é acirrada para chegar à Casa Branca. "Se nós vencermos na Pensilvânia e na Flórida, não há opção para Trump", disse.
Para além da diferença entre os dois candidatos nas pesquisas, o sistema eleitoral americano determina que a briga é vencida ou perdida no Colégio Eleitoral, onde serão necessários 270 dos 538 votos para alcançar a presidência. Além disso, na maioria dos estados o vencedor leva todos os votos, e por isso a disputa em alguns deles, como Flórida, que atribui 29 votos, é encarada como fundamental.
Por France Presse