postado em 07/11/2016 22:30
A missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou nesta segunda-feira (7/11) que não existe um esforço sistemático para fraudar a eleição à presidência dos Estados Unidos, que acontece nesta terça (8/11), contrariando denúncias feitas pelo candidato republicano, Donald Trump.
À frente de uma histórica primeira missão de observação eleitoral da OEA em território americano, a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla disse que foram analisadas várias denúncias sobre o processo eleitoral "que vêm por igual" - tanto de representantes democratas quanto de republicanos e de organizações civis.
"O que não podemos dizer é que existe um esforço sistemático em escala nacional que siga um padrão determinado", afirmou, em entrevista à AFP.
Para Chinchilla, as denúncias recebidas se referem, em geral, a limitações impostas no registro dos eleitores para votar, ou aos tipos de identificação que devem apresentar no dia da eleição.
Em muitas jurisdições, estão em vigor medidas para combater a fraude, mas minorias como latinos e negros denunciam um padrão de discriminação.
Esses temores aumentam com a supressão, em 2013, pela Suprema Corte, de parte da Lei de Votação, que obrigava um estado a pedir a autorização do Departamento de Justiça para qualquer reforma de seu sistema eleitoral.
"Mas o sistema parece, até agora, estar processando as denúncias", disse a ex-presidente costa-riquenha.
E, embora o tom elevado da campanha tenha gerado expectativa de violência, Chinchilla afirmou que os casos de intimidação contra eleitores são mínimos até o momento.
"Estaremos vigilantes", comentou.
A missão eleitoral da OEA começou há duas semanas e, nos últimos dias, os observadores percorreram centros de votação em vários estados.
Nesta terça (8/11), a missão do órgão visitará 12 estados, que representam uma variedade de sistemas e de inclinações políticas - do estado democrata da Califórnia ao republicano de Montana.
Também visitarão alguns dos estados, onde a briga está mais acirrada, como Ohio. Estão excluídos da Flórida, porém, já que, devido às particularidades do sistema, não se permite observação internacional.
"A ideia é contrastar", disse Chinchilla, que deverá apresentar aos países-membros da OEA as "melhores práticas" encontradas.
Chinchilla reconheceu que a extensão do território americano e a diferença de sistemas representa um desafio para a OEA.
"No fundo, é como observar 50 países ao mesmo tempo organizando uma eleição", apontou.
Na quarta-feira (9), Laura Chinchilla divulga para a imprensa suas observações preliminares do dia de votação, antes de encerrar formalmente sua missão, entregando um informe definitivo ao Conselho Permanente da OEA em três meses.
Por France-Presse