Qual é a aposta do senhor em relação ao resultado das eleições?
No momento, eu prevejo que a secretária Clinton vencerá as eleições, com 319 votos eleitorais. Se ela perder na Flórida, pelas minhas contas, ainda assim ganhará, com 290 delegados.
Quais serão os principais desafios que o próximo presidente enfrentará dentro dos EUA?
Os principais desafios para qualquer candidato que vencer será trazer a nação junta. Esta tem sido uma eleição particularmente feia e nervosa, mesmo pelos padrões americanos, e há poucos exemplos na história de um presidente assumir um gabinete com números tão negativos de popularidade.
A manutenção do Obamacare será o primeiro desafio do novo mandatário?
Eu acho que Clinton se moverá para aumentar is impostos sobre o 1% de mais ricos do país e investirá o dinheiro arrecadado em infra-estrutura e crescimento de emprego. Do ponto de vista político, sua primeira manobra será um confronto com o Senado sobre a escolhe para a Corte Suprema, ao presumir que um Senado pato manco não agirá nesse ponto durante o governo de Obama. Eu tenha pouca ideia sobre o que Trump tentará fazer; para rescindir o Obamacare neste ponto é preciso ter uma alternativa, e ele não tem mostrado nenhuma ideia substancial.
Hillary insiste que Trump cortará os impostos dos mais ricos. Como o senhor vê isso e que tipo de medidas ambos os candidatos tomarão na economia?
Trump tem pouco a oferecer, mas os argumentos padrões republicanos das últimas geração são os de que a solução para todos os problemas econômicos é o corte de impostos. Se Trump ganhar, ele terá o Congresso do seu lado para fazer isso.
Em termos de política externa, há grandes crises e focos de interesse. Como Hillary e Trump lidarão com Cuba? E em relação à Síria e ao Afeganistão?
Eu acho que, se Clinton ganhar, podemos esperar muito mais do mesmo dos últimos quatro anos, de mais engajamento com Cuba e uma campanha sustentada para derrotar o Talibã, lenta, mas eficiente. Eu não posso prever com o que uma política externa de Trump se pareceria, até porque ela não tem fundamento em nenhuma das realidades encaradas pelos políticos norte-americanos desde 1945. Eu percebo que ela soa hiperbólica, mas ele tem demonstrado tão pouca compreensão do atual sistema internacional que alguém pode imaginar o que ele faria se tivesse chance ; e as consequências são terríveis.