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França identifica suposto coordenador de atentados de Paris e Bruxelas

Os investigadores conseguiram vinculá-lo aos ataques de Paris após a prisão de dois supostos extremistas, um argelino e um paquistanês, detidos na Áustria em dezembro passado

postado em 08/11/2016 13:31
Paris, França - Os investigadores franceses identificaram um extremista belga-marroquino instalado na Síria como um dos supostos coordenadores dos atentados de Paris e Bruxelas, informaram à AFP fontes próximas à investigação. Oussama Atar, de 32 anos, membro do grupo Estado Islâmico (EI), já estava vinculado aos ataques de Bruxelas de 22 de março de 2016, mas agora foi relacionado aos de Paris de 13 de novembro de 2015.

Os investigadores franceses suspeitam há tempos que os atentados de Paris, nos quais três comandos extremistas mataram 130 pessoas, foram coordenados por uma ou várias pessoas a partir da Síria, mas até agora não haviam dado nomes. "É o único coordenador na Síria a ter sido identificado até o momento", afirmou uma das fontes à AFP, confirmando uma informação publicada no jornal Le Monde. Atar, que utilizaria o pseudônimo Abu Ahmad na Síria, esteve no radar das forças de segurança europeias por mais de uma década.

Depois de ter sido preso no Iraque em 2004 após a invasão americana, passou um tempo em várias prisões, entre elas a de Abu Ghraib, que foi [SAIBAMAIS]utilizada pelas forças americanas. Após sua libertação, retornou em 2012 à Bélgica. "Não sei o que aconteceu com ele depois", disse à AFP em agosto seu advogado da época, Vincent Lurquin. Em uma entrevista em 2011, Atar afirmou que viajou à Síria para estudar árabe e posteriormente foi ao Iraque para comprar medicamentos para as pessoas necessitadas.

Seu nome voltou a aparecer após os atentados suicidas de 22 de março no metrô e no aeroporto de Bruxelas, que deixaram 32 mortos. É primo de dois dos suicidas destes atentados, os irmãos El Bakraoui. Atar era um dos homens "mais procurados na Bélgica e Europa", disse uma fonte da polícia belga à AFP em agosto, quando sua mãe e irmã foram detidas brevemente pela polícia. Também tinha vínculos familiares com Moustapha e Jawad Benhattal, que foram detidos no dia 18 de junho sob suspeitas de querer realizar um atentado durante uma transmissão pública de uma partida da Eurocopa 2016.



Os investigadores conseguiram vinculá-lo aos ataques de Paris após a prisão de dois supostos extremistas, um argelino e um paquistanês, detidos na Áustria em dezembro passado. O argelino admitiu em custódia que tinha a intenção de participar dos atentados de Paris e que havia sido enviado por "Abu Ahmad". Posteriormente, identificou Atar em fotografias da polícia, disse à AFP uma fonte da investigação.

Em uma das conversas extraídas de um computador utilizado por um dos criminosos de Bruxelas também foi chamado de "Abu Ahmad", acrescentou esta fonte. A França lembrará neste fim de semana o primeiro aniversário dos atentados de Paris. A sala de espetáculos parisiense Bataclan, onde um comando matou 90 pessoas após uma sangrenta tomada de reféns, reabrirá suas portas na noite de sábado.

Por Agência France Presse

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