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Juiz dos EUA realiza audiência prévia em caso contra Universidade Trump

Os advogados do magnata tentaram excluir do julgamento qualquer comentário que seu cliente tenha feito durante a campanha presidencial, alegando que poderia predispor o júri

O juiz federal dos Estados Unidos Gonzalo Curiel celebrou nesta quinta-feira (10) uma audiência preliminar à ação coletiva contra a já extinta universidade do recém-eleito presidente Donald Trump.

Acusado por Trump de ser parcial no caso devido à sua ascendência mexicana, o juiz Curiel ouviu argumentos sobre que provas devem ser permitidas no julgamento por fraude na "Trump University", agendado para 28 de novembro e para o qual Trump foi chamado para testemunhar.

Os advogados de Trump tentaram excluir do julgamento qualquer comentário que seu cliente tenha feito durante a campanha presidencial, alegando que poderia predispor o júri.

Em sua corrida pela Casa Branca, Trump atacou Curiel repetidamente. O juiz nasceu nos Estados Unidos filho de pais mexicanos.
De acordo com o presidente recém-eleito, sua "origem étnica" incapacita Gonzalo Curiel de tratar do caso, por conta de sua polêmica postura sobre imigração e por sua promessa de construir um muro ao longo da fronteira com os vizinhos - com a conta da obra sendo enviada para o México.

Apresentada há seis anos, a ação alega que a "Trump University" manipulou os estudantes com um marketing agressivo equivalente a uma fraude.

O texto do processo relata que os alunos pagaram US$ 35.000 para se matricular, com a promessa de que seriam bem-sucedidos no mercado imobiliário e teriam aulas com especialistas diretamente escolhidos por Trump.

Os advogados do réu alegam que muitos estudantes aprovaram o programa e que os fracassados podem culpar apenas a si mesmos.
France-Presse