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Ex-presidente Humala proibido de deixar Peru por suspeita de corrupção

Humala enfrenta um processo por lavagem de ativos que chega a US$ 1,5 milhão, valor que teria sido enviado do Brasil e da Venezuela para sua campanha eleitoral

postado em 12/11/2016 20:45
Um juiz peruano determinou que o ex-presidente Ollanta Humala se reporte a cada 30 dias à Justiça como garantia de que não fugirá do país, enquanto durar o processo por lavagem de ativos aberto contra ele.

Humala enfrenta um processo por lavagem de ativos que chega a US$ 1,5 milhão, valor que teria sido enviado do Brasil e da Venezuela para sua campanha eleitoral.

A decisão do juiz Richard Concepción foi tomada na sexta-feira à noite, depois de acolher o pedido de comparecimento restringido para Humala feito pelo procurador Germán Juárez. O ex-presidente governou o Peru por cinco anos e ficou no poder até 28 de julho passado.

Humala não poderá se mudar e deve pagar uma caução de 50.000 soles (cerca de US$ 15 mil) como garantia de que irá a todas as audiências e de não se ausentará do país ao longo do processo. Sua mulher, Nadine Heredia, também está sendo investigada.

A audiência de sexta-feira durou dez horas. O ex-presidente, que não compareceu à sessão, foi representado por seu advogado Julio César Espinoza, que apelou da decisão. Humala nega as acusações.

O órgão da Procuradoria responsável pela lavagem de ativos investiga o casal pelo uso de US$ 1,5 milhão, que teriam sido enviados de Venezuela e Brasil para suas campanhas eleitorais de 2006 e de 2011. O valor não foi declarado. Nos dois casos, Humala concorreu pelo Partido Nacionalista, fundado junto com a mulher.

A tese da Procuradoria peruana é que o dinheiro ilegal da Venezuela seria procedente do Tesouro Público desse país durante o governo de Hugo Chávez. No caso do Brasil, sua origem estaria ligada às empreiteiras Odebrecht e OAS.

A condenação pelo crime de lavagem de ativos pode levar a uma pena que varia de oito a 15 anos de prisão.

Humala assumiu a presidência em julho de 2011, prometendo expor em praça pública o funcionário que fosse condenado por corrupção.
Por Agência France Presse

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