postado em 15/11/2016 16:29
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta terça-feira (15/11) que viajará aos Estados Unidos para fazer exames médicos de urgência, após receber resultados anormais nos controles a que é submetido após uma cirurgia de um câncer de próstata, realizada em 2012.
"Esta notícia pega de surpresa à minha família e a mim. Mantenho minha confiança de que o resultados destes novos exames será positivo. Viajarei amanhã, quarta-feira, aos Estados Unidos. O exame será realizado na quinta e estarei de volta na sexta", disse Santos, de 65 anos, em uma rápida declaração aos jornalistas.
Momentos antes, a clínica Fundação Santa Fé de Bogotá, onde o presidente é acompanhado, informou em um comunicado que durante "um acompanhamento médico de rotina", o presidente teve detectado um "aumento nos valores do antígeno prostático", indicador-chave para o diagnóstico de câncer de próstata.
"Diante dessa novidade na evolução clínica, recomendou-se ao presidente Santos realizar o mais rapidamente possível um estudo complementar com uma tecnologia ainda não disponível no país e o local mais indicado para fazer este estudo é o centro de oncologia do hospital Johns Hopkins em Baltimore, Estados Unidos", detalhou o hospital.
Santos falou sobre seu estado de saúde às portas da Fundação Santa Fé, ao lado da esposa, Maria Clemencia Rodríguez, e da equipe médica do centro, ao qual foi realizar exames de acompanhamento após a cirurgia realizada há quatro anos, quando teve extirpado um pequeno tumor cancerígeno na próstata.
Na ocasião, os médicos consideraram que o tumor havia sido detectado a tempo e que tinha alta probabilidade de cura.
O presidente também afirmou nesta terça-feira ter pedido "aos médicos que, quando esta etapa de diagnóstico estiver concluída, se informe o país" sobre seu estado de saúde e seu histórico clínico.
A saúde do presidente chamou atenção na campanha eleitoral de 2014, quando Santos foi alvo de deboches por causa de um episódio de incontinência urinária sofrido durante um ato em Barranquilla, no litoral colombiano.
"Meu estado de saúde é ótimo", afirmou o presidente na ocasião, desconsiderando insinuações de que não estaria apto para um segundo mandato.
O presidente, que em 2012 não delegou suas funções nem mesmo durante a cirurgia, realizada com anestesia local, disse que "como as datas coincidem", tentará assistir a um evento da organização Diálogo Interamericano em Washington, ao qual foi convidado, assim como a um jantar em homenagem ao vice-presidente Joe Biden na quinta-feira, na embaixada da Colômbia.
"Igualmente, vou aproveitar minha curta estada em Washington para me reunir com senadores democratas e republicanos, seguindo nossa tradicional política bipartidária, com a finalidade de informá-los sobre o novo acordo de paz", assinado no fim de semana com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), disse Santos.
Quero "discutir com eles os passos a seguir com o Plano Colômbia e o pós-conflito", explicou o presidente sobre as reuniões com os senadores americanos, que serão chave na aprovação de novos recursos para o processo de paz.
O chefe de Estado colombiano foi contemplado este ano com o prêmio Nobel da Paz por seus esforços para por fim a um conflito armado de mais de meio século, que deixou 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
Eleito pela primeira vez em 2010, Santos deve governar até agosto de 2018, quando termina seu mandato.
Por France-Presse