postado em 16/11/2016 14:08
Nairóbi, Quênia - O governo queniano, criticado pelas organizações de defesa dos direitos Humanos, adiou para 21 de maio de 2017 a data de fechamento do complexo de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo que abriga essencialmente somalis.
A duas semanas da data originalmente estabelecida pelo governo, no final de novembro, o anúncio segue um pedido do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e em meio a acusações de retorno forçado de refugiados somalis que, em sua maioria, querem ficar no Quênia.
"Eu gostaria de anunciar que o governo aceitou o pedido de adiamento por seis meses da data limite para a conclusão do repatriamento dos refugiados somalis e o fechamento do complexo de Dadaab", declarou à imprensa nesta quarta-feira o ministro queniano do Interior, Joseph Nkaissery.
"A repatriação continuará de maneira humana, digna e segura", acrescentou o ministro.
O governo queniano havia surpreendido os refugiados, as agências humanitárias, a ONU e parceiros ocidentais, ao anunciar em 6 de maio a sua decisão de fechar Dadaab no final de novembro.
Dadaab, perto da fronteira com a Somália, abriga cerca de 280.000 refugiados, a grande maioria somalis que fugiram desde 1991 da guerra civil, das atrocidades dos radicais islâmicos e secas recorrentes.
Para justificar a sua decisão, o governo queniano justificou a segurança nacional, assegurando, sem fornecer provas, que é onde que os ataques tinham sido planejados pelos islamitas somalis Shebab contra o shopping Westgate em Nairóbi em 2013 e a Universidade Garissa (nordeste), em 2015.
Por France Presse