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Trump deve fazer anúncios após consultas no fim de semana

O presidente eleito também afirmou ter tido "apenas bons encontros com pessoas muito boas" no domingo (20/11)

O bilionário retornou a um de seus apartamentos da Trump Tower, em Manhattan, no domingo à noite, mas não deu nenhuma pista sobre quando fará esses novos anúncios.

Até à data, Trump designou um punhado de homens contestados pelos democratas e associações de direitos civis - para a Justiça, nomeou Jeff Sessions e para a CIA Mike Pompeo. Mas também teve o cuidado de abrir o círculo de consultas, recebendo republicanos moderados, antigos inimigos, membros da sociedade civil e empresários.

Domingo de manhã, Trump elogiou o general da reserva James Mattis, veterano das guerras no Iraque e Afeganistão, após recebê-lo em Bedminster no sábado.

"Um verdadeiro general entre os generais", "um possível secretário de Defesa", declarou Trump no Twitter.

;Medo dos muçulmanos;


O general Jack Keane disse à rádio NPR que foi convidado para o cargo de secretário de defesa, mas recusou por motivos pessoais. Ele disse que havia recomendado James Mattis e David Petraeus, um ex-general e chefe da CIA.

No sábado, o candidato republicano à eleição presidencial de 2012, Mitt Romney, também esteve em Bedminster. O vice-presidente eleito Mike Pence confirmou que o ex-inimigo de Donald Trump era um potencial futuro chefe da diplomacia.

Donald Trump realizou uma série de 12 encontros no domingo, incluindo com o governador de Nova Jersey Chris Christie, marginalizado dentro da equipe de transição, o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, pretendente ao Departamento de Estado, e Kris Kobach, deputado anti-imigração do Kansas.

À espera de novos anúncios, a comitiva de Donald Trump se esforçava para defender determinadas nomeações já definidas, como a de Michael Flynn, ecolhido para ser conselheiro para a segurança nacional, que escreveu no Twitter em fevereiro que "o medo dos muçulmanos é racional".

"Há claramente aspectos dessa religião que são problemáticos", disse Reince Priebus, presidente do Partido Republicano e futuro secretário-geral da Casa Branca à ABC.

;Nada de Estados Unidos fascistas!'


O braço direito de Donald Trump também teve que defender seu chefe após a revelação de que o bilionário tinha se reunido esta semana com três empreendedores imobiliários indianos com os quais trabalha a organização Trump, levantando a questão de conflitos de interesses entre o presidente republicano e seus negócios.

"Vamos respeitar todas as leis, e o diretor jurídico da Casa Branca irá rever qualquer questão", assegurou Reince Priebus.

Se o presidente Trump conseguiu dissipar a atmosfera de improvisação dos primeiros dias, ele continua a causar problemas por seus comentários no Twitter. No domingo, ele atacou o programa satírico Saturday Night Live, onde Alec Baldwin interpreta seu personagem.

"O programa é completamente tendencioso", denunciou. "Não tem graça. Tempo de resposta igual para nós?"

Domingo à noite, na cerimônia de apresentação dos American Music Awards, a banda de rock Green Day também atacou fortemente Trump: "Nada de Trump! Nada de KKK (Ku-Klux-Klan)! Nada de Estados Unidos fascistas", lançou no palco o vocalista do grupo Billy Joe Armstrong.

Por Agência Estado