Uma geração nascida e criada sob o regime instalado pela revolução de 1959, que respirou a atmosfera da Guerra Fria e assistiu ao fim da União Soviética e do bloco socialista do Leste Europeu, tem seu encontro marcado com a história ; agora que Cuba avança para normalizar relações com os Estados Unidos, inimigos de meio século, e se integra na economia globalizada. Em fevereiro de 2018, Raúl Castro termina o mandato como presidente dos conselhos de Estado e de Ministros e passa o comando ao sucessor a ser escolhido pela Assembleia Nacional. Seja quem for, já não será um dos veteranos da Serra Maestra e do grupo de dirigentes que conduziu o país por quase seis décadas, à sombra de Fidel.
A ;transição geracional;, como vem sendo chamada desde que a questão se colocou, com o afastamento do Comandante, representa a face mais exterior e visível de um programa de reformas implementado por Raúl desde que assumiu as funções do irmão mais velho, em 2006. O lema geral das mudanças, que abrangem elementos cruciais da ordem econômica e múltiplos aspectos da vida social, é a ;atualização do modelo socialista;, definida no 6; Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), em 2011. Cinco anos mais tarde, o 7; Congresso fez um balanço cauteloso do andamento do processo: apenas 10% das metas estabelecidas no encontro anterior tinham sido cumpridas.
;A política econômica está mudando, mas muito lentamente;, analisa Peter Hakim, presidente honorário do think tank Diálogo Interamericano, com sede em Washington. Atualmente, 1 milhão de cubanos (cerca de 20% da população ativa) trabalham como autônomos ou são funcionários do incipiente setor privado, mas, por falta de estatísticas, não é possível ter uma radiografia dessa economia independente. ;O governo diz que quer mudanças e abertura, mas insiste em manter o controle rígido da atividade. É uma contradição inerente;, diagnostica Hakim.
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