Jornal Correio Braziliense

Mundo

Exilada em Miami, Juanita Castro descarta ir ao enterro do irmão Fidel

"Quero esclarecer que, em nenhum momento, voltarei para a Ilha, nem tenho planos de fazê-lo", delcarou

[SAIBAMAIS]"Diante dos rumores pouco saudáveis de que me dirigia para Cuba para os funerais, quero esclarecer que, em nenhum momento, voltarei para a Ilha, nem tenho planos de fazê-lo", declarou Juanita ao jornal "El Nuevo Herald".

"Lutei ao lado desse exílio, braço com braço nas etapas mais ativas e intensas em décadas passadas, e respeito os sentimentos de cada um", insistiu a dissidente cubana.

Fidel Castro morreu na sexta-feira à noite, aos 90 anos, uma notícia que inundou de alegria os cubanos exilados em Miami.

"Não me regozijo da morte de nenhum ser humano, muito menos posso fazê-lo com alguém com meu sangue e meus sobrenomes", disse Juanita ao Herald.

"Como irmã de Fidel, estou vivendo, nesse momento, a perda de um ser humano que teve meu sangue", completou.

Fidel e o atual presidente, Raúl, foram dois de sete irmãos. Deles, Juanita, nascida em 1933, é a única a criticar publicamente o rumo comunista tomado pela Revolução Cubana.

Ela se exilou em Miami, em 1964, de onde denunciou publicamente o governo dos irmãos e colaborou com a CIA sob o nome-código de "Donna" nos planos para derrubá-lo, como ela mesma confessou depois.

Juanita Castro acrescentou que se exilou, assim como "todos os cubanos que saíram para encontrar um espaço onde lutar pela liberdade de seu país" e que, para isso, teve de pagar "um alto preço de dor e isolamento".
Por France-Presse