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Presidente dos EUA, Barack Obama, não irá à despedida de Fidel Castro

Também não vão comparecer ao funeral o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau; o presidente francês, François Hollande; e a chanceler alemã, Angela Merkel

postado em 28/11/2016 22:38
Presidente dos EUA, Barack Obama, não irá ao funeral do líder cubano Fidel Castro
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não viajará para Cuba para os funerais de Fidel Castro - anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira (28/11), sem informar quem vai liderar a delegação americana.

"O presidente não viajará aos funerais", apontou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

O governo de Obama tomou a iniciativa de deixar para trás meio século de ruptura e desconfiança com Cuba para iniciar um processo de aproximação.

Obama fez uma visita histórica à Ilha no início deste ano, quando se encontrou com o presidente Raúl Castro, mas não esteve com Fidel.

Também não vão comparecer ao funeral o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau; o presidente francês, François Hollande; e a chanceler alemã, Angela Merkel.

O Canadá informou que o país estará presente com seu governador-geral, David Johnston, representante da rainha Elizabeth II, chefe de Estado. Trudeau foi criticado por líderes conservadores, depois de lamentar no sábado a morte de Fidel Castro. Mesmo reconhecendo que o cubano foi uma "figura polêmica", o premiê o chamou de "líder extraordinário" e "revolucionário e lendário orador".

O Canadá e o México foram os únicos dois países da América que não romperam relações com Cuba nos anos 1960, quando os Estados Unidos buscaram isolar a Ilha.

O ex-chanceler alemão Gerhard Schr;der (SPD) representará seu país nos funerais de Fidel Castro, anunciou Berlim nesta segunda, depois de denunciar as violações dos direitos humanos no regime castrista.

"A Alemanha estará representada no funeral de Fidel Castro pelo ex-chanceler Gerhard Schr;der. Isso foi acordado entre o presidente federal e o governo federal", declarou um porta-voz do governo alemão agora à noite.

Pouco antes, o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, havia denunciado a Revolução Cubana, que "submeteu à Ilha e a seus habitantes um sistema de repressão política durante décadas".

"A liberdade de expressão, os direitos humanos e a democracia não faziam parte das ideias de Fidel Castro", acrescentou, em entrevista coletiva.

O ex-chanceler Gerhard Schr;der, que se reuniu cinco vezes com Fidel, segundo o jornal Bild, é polêmico na Alemanha por seus laços com a Rússia. Ele é presidente do Nord Stream, um grupo fundado para a construção de um gasoduto que transporta gás russo para a Europa, através do mar Báltico, e é controlado por Moscou.

Outro líder mundial que não vai comparecer, o presidente francês, François Hollande, estará representado pela número três do governo, Ségol;ne Royal, disseram fontes de sua equipe à AFP, nesta segunda.

"Estará representado por Jean-Pierre Bel", seu enviado pessoal para a América Latina e ex-presidente do Senado, que estará em Havana a partir de terça, e pela ministra da Ecologia, Ségol;ne Royal, no domingo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, garantiu que estará em Cuba, para onde viaja nesta terça de manhã, para prestar uma última homenagem ao falecido líder revolucionário Fidel Castro.

"Vamos acompanhar o povo de Cuba nas homenagens mundiais que serão feitas na Praça da Revolução a esse gigante", declarou ele em uma reunião de ministros no Palácio de Miraflores.

"Honra e glória eterna a este gigante que deu sua vida pelos povos do mundo", acrescentou.

Na terça à noite acontece uma cerimônia de despedida de Fidel, para a qual a comunidade diplomática e os chefes de Estado estrangeiros foram convidados.

As cinzas do líder cubano serão transferidas de Havana para Santiago de Cuba, no sudeste do país, em uma procissão de cerca e mil quilômetros, que vai de quarta a sábado.

Seus restos mortais serão enterrados no domingo (4), no cemitério de Santa Ifigenia de Santiago de Cuba, onde jaz o corpo do herói nacional da independência, José Martí.
Por France-Presse

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