postado em 30/11/2016 16:53
Nova York, Estados Unidos -O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, seria um personagem de ficção fantástico para "um filme de catástrofes", disse o cineasta espanhol Pedro Almodóvar ao inaugurar uma retrospectiva de sua carreira no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).
"Acredito que Trump irá inspirar muitos, sobretudo humoristas. O ruim é que vamos sofrer na pele, principalmente os americanos (...) Ele inspiraria seriamente um filme de catástrofes", disse Almodóvar a jornalistas na terça-feira à noite, antes da pré-estreia de seu último filme, "Julieta", no MoMA.
"Esse tipo de personagem não parece verossímil na vida real, ele é um grande personagem de ficção. Ter que suportá-lo na realidade deve ser uma enorme desgraça. Esperamos que ele vá embora logo", opinou Almodóvar, vencedor de dois prêmios Oscar, sobre o republicano que surpreendentemente venceu as eleições contra a democrata Hillary Clinton.
Antes da eleição, Almodóvar havia dito que Hillary se encaixava perfeitamente no papel de "uma menina de Almodóvar" por sua fortaleza de caráter.
O MoMA irá exibir nas telonas até o dia 17 de dezembro os 20 filmes do célebre cineasta de maneira cronológica.
"É muito emocionante estar aqui esta noite", disse Almodóvar, recordando que em 1984, quanto tinha 35 anos, o MoMA apresentou seu filme ";Qué he hecho yo para merecer esto?" em seu festival anual "Novos Diretores/Novos Filmes".
"Não é só um privilégio, mas também uma emoção muito grande estar no mesmo lugar mais de 30 anos depois e com um novo filme", disse.
"Julieta", o longa-metragem mais restrito do diretor, é baseado nos três contos "Chance", "Soon" e "Silence" que a canadense Alice Munro, vencedora do Nobel de Literatura em 2013, publicou na revista New Yorker. Ele conta a história de uma mãe madrilenha que procura incessantemente sua filha de 18 anos que desapareceu misteriosamente. Estreará nas salas de cinemas dos Estados Unidos em 21 de dezembro.
Por France Presse
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