As Farc começaram a "destruir materiais explosivos" e esperam "as primeiras libertações de rebeldes", após a entrada em vigor do acordo de paz firmado com o governo do presidente Juan Manuel Santos, anunciou nesta sexta-feira (2/12) o chefe negociador guerrilheiro Iván Márquez.
"Estamos já no dia D%2b2 e os guerrilheiros, além de avançarem até os pontos de pré-reagrupamento, começaram a destruir materiais explosivos, de boa fé, e esperamos as primeiras libertações de rebeldes", disse Márquez durante entrevista coletiva.
O governo Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) firmaram na semana passada um acordo de paz, que foi renegociado para incluir propostas da oposição após a rejeição do pacto original, em um referendo.
Na quarta-feira, o acordo foi aprovado pelo Congresso, e no dia seguinte começaram a correr os prazos para a implementação do pacto, incluindo os 30 dias para que os membros da guerrilha estejam concentrados em 27 pontos, onde progressivamente entregarão suas armas, sob a supervisão das Nações Unidas.
"Queremos continuar a marcha das estruturas insurgentes para zonas e pontos transitórios de normalização, mas a logística ainda não está pronta para recebê-los, apesar de que nestas zonas ocorrerá o processo gradual de entrega de armas com prazo delimitado", acrescentou Márquez.
O guerrilheiro explicou que nesta sexta-feira se ativou a "criação da agrupação política que (...) se ocupará de gerar condições para a aparição do novo movimento ou partido político legal oriundo das Farc após o fim do processo de entrega das armas", no prazo de seis meses.
Esta agrupação será a que designará os três representantes das Farc que estarão no Senado e os outros três na Câmara de Representantes como delegados - sem direito a voto - na discussão dos projetos de lei relacionados à paz.
Como parte do acertado, também entrarão em funcionamento uma mesa técnica de segurança e uma unidade de busca de desaparecidos.
Em cinco décadas, o conflito armado colombiano deixou 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
Por France-Presse