postado em 05/12/2016 10:47
Bruxelas, Bélgica - A demissão do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, depois do resultado de um referendo constitucional na Itália, não terá impacto na zona euro, asseguraram nesta segunda-feira (5/12) os ministros das Finanças dos países do euro, destacando a calma dos mercados.
O próprio comissário europeu para Assuntos Econômicos e Financeiros, Pierre Moscovici, garantiu que a Itália é um país sólido e poderá fazer frente à instabilidade política.
"É um país sólido, com autoridades sólidas e confio plenamente na Itália para enfrentar a situação", afirmou à televisão estatal francesa France 2.
"Até o momento, os mercados reagiram com tranquilidade", enfatizou o presidente do Eurogrupo, o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem, para quem o resultado do referendo "não muda realmente a situação da economia na Itália ou dos bancos italianos".
[SAIBAMAIS]Para Dijsselbloem, que fez essas declarações em uma reunião de colegas em Bruxelas, "os problemas que temos hoje são os problemas que tínhamos ontem e que precisam ser enfrentados".
"A Itália necessita urgentemente de um governo capaz de atuar e espero que continuará com as reformas com as quais se comprometeu", assegurou, por sua vez, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Sch;uble.
"Não há razões para falar de uma crise do euro", enfatizou.
Moscovici admitiu que a demissão de Renzi depois do não no referendo de reforma constitucional supõe uma instabilidade política, mas destacou que, do ponto de vista econômico "o país é muito estável, é uma grande economia e um país comprometido com a Europa".
Matteo Renzi anunciou que apresentará sua renúncia nesta segunda-feira, um dia depois da grande derrota em um referendo constitucional, o que abre um período de incerteza pela falta de uma alternativa clara para governar o país.
O "não" à reforma constitucional estimulada por Renzi obteve 59,95% dos votos.
Depois do último conselho de ministros, Renzi, 41 anos, comparecerá ao Palácio de Quirinal para apresentar a renúncia ao presidente Sergio Mattarella, um chefe de Estado discreto que será obrigado a administrar a transição.
Mattarella poderia convocar eleições antecipadas, mas também, o que é considerado mais provável, nomear um governo "técnico" para reformar a lei eleitoral
A Comissão Europeia reduziu em novembro as previsões de crescimento da zona euro para 2017 de 1,8% a 1,5% por causa do Brexit.
"Este foi um referendo sobre uma questão interna italiana, uma reforma constitucional. Não tem relação com a situação da zona euro nem da União Europeia", assegurou o ministro espanhol Luis de Guindos.
Apesar de as principais bolsas europeias abrirem esta segunda em baixa depois da vitória do "não", pouco depois registravam altas significativas.
Por France Presse