postado em 08/12/2016 12:06
Washington, EUA - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou Scott Pruitt, um homem ligado às energias fósseis e criticado por negar publicamente as mudanças climáticas, para liderar a Agência de Proteção Ambiental (EPA).
"Por muito tempo, a Agência gastou o dinheiro dos contribuintes em políticas anti-energéticas que estão fora de controle e que destruíram milhões de empregos, enquanto afeta nossas granjas, negócios e industrias", explicou Trump em um comunicado oficial.
Trata-se da confirmação oficial de uma nomeação que desde o dia anterior era dada como certa e que despertou a fúria dos opositores do presidente eleito.
De acordo com Trump, Pruitt "vai reverter essa tendência e vai restaurar a missão essencial da Agência, que é manter nosso ar e nossa água limpos e seguros".
"Minha administração acredita firmemente na proteção ambiental, e Scott Pruitt será um defensor dessa missão ao mesmo tempo que promoverá empregos, segurança e oportunidades", acrescentou.
Contudo, especialistas e opositores de Trump enxergam Pruitt como qualquer coisa menos um defensor do meio ambiente.
Pruitt, republicano de 48 anos, é atualmente secretário de Justiça do estado de Oklahoma, que promove uma ação contra a Agência de Proteção Ambiental, que agora passará a dirigir.
Como secretário estadual de Justiça, Pruitt promoveu uma batalha judicial contra as medidas do presidente Barack Obama, aplicadas pela EPA, para reduzir as emissões de gases do efeito estufa nas centrais elétricas a carvão.
Pruitt "passou vários anos lutando com unhas e dentes para ajudar aqueles que contaminam o meio ambiente a evitar as meidas de proteção ambiental que essa nação implementou", advertiu o legislador Steny Hoyer, um importante líder da bancada do partido Democrata na Câmara de Representantes.
[SAIBAMAIS]
Para Hoyer, colocar Pruitt à frente da Agência de Proteção Ambiental é "uma afronta aos americanos".
A própria biografia oficial de Pruitt destaca seu papel como um "líder contra o ativismo da EPA".
Durante sua campanha, Trump prometeu retirar as leis e regulamentações para a proteção ambiental e o combate ao aquecimento climático, acusando Obama de ter declarado guerra ao carvão, um tema eleitoral sensível em vários estados.
Trump também anunciou que tiraria os Estados Unidos, segundo emissor mundial de gases do efeito estufa, atrás da China, do acordo sobre o clima, firmado em 2015 por 192 países.
Mas após ser eleito presidente, Trump parece ter moderado suas posições.
Vários defensores do meio ambiente criticaram a designação de Pruitt, entre eles o senador Bernie Sanders, que lutou pela indicação democrata à Casa Branca.
"O problema de Pruitt não é apenas negar a mudança climática, mas também ser alguém que tem trabalhado muito próximo da indústria de energia fóssil para tornar este país mais dependente dela", disse Sanders ao considerar a designação de Pruitt "triste e perigosa"
Por France Presse