postado em 08/12/2016 23:11
Chocante, sangrento e caótico: este foi o cenário deixado por Dylann Roof, autor do ataque racista que levou à morte de nove pessoas em uma igreja no sudoeste dos Estados Unidos, conforme as imagens exibidas no tribunal, nesta quinta-feira (8/12).
O julgamento federal contra Dylann Roof por matar a tiros os fiéis da igreja metodista episcopal africana Mother Emmanuel começou na quarta-feira, em um tribunal federal em Charleston, na Carolina do Sul.
Pela manhã, o juiz federal Richard Gergel havia advertido sobreviventes e familiares das vítimas, presentes na corte, que imagens "muito gráficas" seriam exibidas ao longo do dia, afirmando que poderiam sair, se quisessem.
Muitos quiseram ficar, informou a rede WCIV, afiliada da ABC.
"Era caótico. Havia várias vítimas, várias peças de provas. Era chocante", disse ao júri Brittany Burke, uma oficial que investigou o caso, ao descrever o que encontrou ao chegar ao local dos fatos.
Segundo ela, os agentes levaram entre oito e nove horas para processar a cena do crime.
As imagens mostravam grandes poças de sangue, vários cartuchos de bala e as vítimas banhadas em sangue, no chão, estiradas sobre as mesas, ou embaixo delas.
A oficial disse que, no total, foram encontrados 74 cartuchos, todos de uma Winchester 45, de acordo com o jornal local The Post and Courier.
Uma das vítimas, Susie Jackson, de 87 anos, recebeu 11 tiros. As demais receberam de três a oito impactos cada uma.
A oficial disse ainda que escorria tanto sangue que era impossível saber se algum dos funcionários encarregados de processar o caso - bombeiros, socorristas, ou policiais - havia caminhado sobre ela.
Roof permanecia imóvel, olhando fixo para baixo e sem mostrar emoções, enquanto as imagens eram projetadas na sala, relatou The Post.
No início da audiência de hoje, o procurador-geral Jay Richardson disse que Roof continuou atirando nas suas vítimas, que jaziam sobre o solo, pondo-se de pé em cima delas.
O jovem, de 22 anos, enfrenta 33 acusações e pode ser condenado à pena capital pela morte dos fiéis que participavam de uma reunião de estudo da Bíblia em 17 de junho de 2015.
A defesa pediu a anulação do julgamento, argumentando que os depoimentos extremamente emotivos inclinam o júri contra o acusado.
Por France-Presse