postado em 10/12/2016 16:31
Sófia, Bulgária - Sete pessoas morreram neste sábado na explosão de um trem que transportava cisternas de gás na estação de Hitrino, nordeste da Bulgária, enquanto as autoridades temem novas vítimas.
A explosão ocorreu às 05h37 locais (01h37 de Brasília) na estação de Hitrino, a 109 km de Varna, principal porto búlgaro no Mar Negro. O trem levava 20 cisternas de gás propileno e quatro de gás butano com um peso total de 200 toneladas, que levava a Roussé, no Danúbio.
Além das sete vítimas fatais e das dezenas de feridos, a deflagração destruiu a estação ferroviária, vários edifícios administrativos vizinhos e cerca de vinte residências, constatou um fotógrafo da AFP.
A cidade estava quase deserta, após ter sido evacuada pelas autoridades por razões de segurança.
O chefe da Defesa Civil Nikolay Nikolov, declarou à tarde que "as vítimas da explosão são sete. Não procuramos ninguém mais sob os escombros", acrescentou.
Sete vagões cisterna descarrilaram na entrada da estação, quando um cabo de alta tensão ficou preso em um deles, informou a Defesa Civil. O condutor, que sobreviveu ao acidente, era interrogado pelos investigadores.
O ministro búlgaro da Saúde, Petas Moskov, explicou que tinha "29 personas hospitalizadas, das quais nove em estado crítico" e outras 23 menos graves.
O primeiro-ministro demissionário Boiko Borissov, que foi ao local do acidente, pediu aos moradores da região que doem sangue no hospital de Choumen.
A totalidade da população de Hitrino, mil moradores, foi evacuada da cidade como medida preventiva.
A inspeção regional do Meio Ambiente afirmava ao meio-dia de sábado que o ar não estava contaminado acima dos níveis habituais porque o vento tinha dissipado os gases, mas "as cisternas de gás propileno devem ser esvaziadas, o que supõe uma operação extremamente perigosa", explicou Nikolov.
Cheradin Ahmed, cuja esposa, gravemente ferida, trabalhava na padaria de Hitrino, indignou-se com a reação dos bombeiros, "lenta demais".
"Quem vai devolver a minha mulher?", lamentava, entre lágrimas, para as câmeras da emissora de televisão Nova.
O presidente eleito Rumen Radev e vários ministros foram ao hospital de Choumen e ao local do acidente.
A segunda-feira foi decretado dia de luto nacional na Bulgária.
A obsoleta rede ferroviária do país, em permanente necessidade de financiamento, com frequência sofre com o roubo de material que provoca descarrilamento de trens de mercadorias, até agora sem deixar vítimas.
Em 23 de janeiro, os oito vagões de um destes trens descarrilou ao entrar em alta velocidade na estação de Dupnitsa (sudoeste), e entre 2014 e 2015 ocorreu uma dezena de acidentes deste tipo.
Por France Presse