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Na Argentina, voos são cancelados e trens paralisados em protesto

O chamado imposto às ganâncias, aos salários médios e altos, afeta em sua maioria as classes médias profissionais e os empregos qualificados, como os setores industriais e do transporte

postado em 19/12/2016 15:15

Buenos Aires, Argentina - Os voos das companhias aéreas, as linhas ferroviárias e os metrôs de Buenos Aires ficaram paralisados até o meio-dia desta segunda-feira (19/12) por uma medida sindical, quando o governo de Mauricio Macri busca frear um projeto que reduz o imposto ao salário na Argentina.


No entanto, os ônibus de curta, média e longa distância suspenderam o serviço por duas horas, até as sete da manhã, mas logo foi normalizado.

A Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte (CATT) convocou "assembleias informativas" em todo o país durante a manhã desta segunda-feira, horas antes do ministro do Trabalho, Jorge Triaca, receber a cúpula da Confederação Geral do Trabalho (CGT) para tratar do tema chamado "imposto às ganâncias".

Diante da medida sindical, a empresa Aerolíneas Argentinas e sua subsidiária Austral cancelaram todos os voos entre às 04H00 e 12H00 (05H00 e 13H00 de Brasília), informou um comunicado da imprensa. Os voos da companhia Latam também foram afetados.

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"As assembleias informativas implicam em, durante este intervalo, os trabalhadores não prestarem serviços, já que irão se inteirar sobre as negociações que estão sendo levadas à frente, para escutar saberem de nossas reclamações nas modificações do imposto às ganâncias, que hoje nos afetam sensivelmente", explicou o dirigente da CATT, Juan Carlos Schmid.

O governo realiza negociações para frear ou amenizar um projeto de lei da oposição, já aprovado na Câmara dos Deputados, que reduz o imposto ao salário.

O chamado imposto às ganâncias, aos salários médios e altos, afeta em sua maioria as classes médias profissionais e os empregos qualificados, como os setores industriais e do transporte.

O presidente Macri chamou o projeto opositor de irresponsável, apesar de durante a campanha eleitoral de 2015 ter reclamado da CGT e prometido eliminar o imposto.

Para compensar a perda de investimentos, o projeto de lei da oposição propõe restabelecer o imposto às empresas mineradoras (eliminado por Macri ao assumir seu cargo), mais tributos aos jogos de azar e às rendas financeiras.

Por France Presse

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