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Mais de 40 morrem na Sibéria após beber óleo de banho com álcool

As autoridades russas se preocuparam em 2015 com a explosão das vendas de álcool no mercado negro, incluindo o adulterado, como consequência da alta dos preços decretada para lutar contra o alcoolismo

postado em 19/12/2016 15:52

Moscou, Rússia - Ao menos 41 pessoas morreram em Irkutsk (Sibéria) depois de beber óleos de banho que continham um álcool tóxico, anunciaram nesta segunda-feira as autoridades russas. O caso ilustra o consumo preocupante de álcoois artesanais e produtos domésticos com álcool na ex-União Soviética, onde alguns recorrem a estes produtos como uma alternativa barata às bebidas alcoólicas tradicionais. Este problema deixa milhares de mortos todos os anos.

No total, 54 pessoas precisaram ser levadas ao hospital nos últimos três dias depois de terem bebido um líquido apresentado como um óleo de banho perfumado com espinheiro-branco, segundo os investigadores. O procurador regional, Stanislav Zubovski, indicou que 57 pessoas ingeriram este produto, 41 das quais faleceram. "Este número vai aumentar", alertou, enquanto prosseguia com a investigação para encontrar todos os lugares onde o líquido foi vendido, a um preço de 40 rublos (0,60 centavos de euro) a garrafa de 25 mililitros.

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O prefeito de Irkutsk, Dimitri Berdnikov, decretou o estado de emergência nesta cidade de 600.000 habitantes, e prometeu "encontrar e punir os responsáveis", segundo o site do município. A polícia descobriu o ateliê de fabricação do produto em Irkutsk e deteve seus dois proprietários, assim como cinco pessoas acusadas de vendê-lo. As inspeções realizadas nas lojas que vendiam este óleo de banho permitiram a apreensão de mais de 500 litros do líquido, informaram os investigadores.

Segundo as autoridades, o produto indica claramente no rótulo que é impróprio para o consumo porque contém metanol, uma substância tóxica utilizada como anticongelante. "É uma tragédia espantosa", declarou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, que disse que o presidente Vladimir Putin foi informado do ocorrido.

O primeiro-ministro, Dimitri Medvedev, ordenou que o Governo solucione o problema, depois de garantir que a venda destes produtos em máquinas de venda automática, uma prática habitual, era "uma vergonha absoluta". As colônias baratas e as loções com álcool são vendidas sem as restrições que são aplicadas às bebidas alcoólicas, e são consumidas pelos mais pobres na Rússia.

As autoridades russas se preocuparam em 2015 com a explosão das vendas de álcool no mercado negro, incluindo o adulterado, como consequência da alta dos preços decretada para lutar contra o alcoolismo.

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