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O que se sabe sobre o assassinato de embaixador russo na Turquia

Veja o que se sabe deste evento até o momento

postado em 20/12/2016 11:27
Andrei Karlov foi morto por tiros à queima-roupa enquanto discursava na abertura de um museu na Turquia
O embaixador russo na Turquia foi assassinado na segunda-feira em Ancara por um policial turco que alegou estar se vingando da tragédia na cidade síria de Aleppo, prestes a cair nas mãos do regime sírio apoiado por Moscou.

O diplomata Andrei Karlov foi baleado várias vezes enquanto falava na abertura de uma exposição de arte na capital turca.

O assassino, um policial ligado ao corpo da polícia de choque de Ancara, foi morto pelas forças de segurança.

Veja o que se sabe deste evento até o momento.

Os fatos

São 19h05 (14h05 de Brasília), Karlov fala no púlpito durante uma exposição de fotografia em uma galeria de arte em Ancara. De repente, tiros eclodem: o diplomata treme sob o impacto das balas, e então desaba pesadamente.

Brandindo sua pistola, o atacante, vestindo terno escuro e gravata, afirma ter agido para vingar o drama da cidade de Aleppo.

De acordo com o ministro turco do Interior, Süleyman Soylu, policiais de uma delegacia de polícia nas proximidades e uma equipe de forças especiais entraram no local para neutralizar o atirador, morto logo em seguida.

O diplomata russo chegou ao hospital Guven às 19h53 (14:53 de Brasília), onde as equipes de resgate tentaram em vão reanimá-lo.

De acordo com a prefeitura de Cankaya, onde ocorreu o assassinato, o atirador entrou na galeria, sem passar pelo detector de metais.

Interpelado por agentes da segurança, ele mostrou seu distintivo da polícia e foi, assim, autorizado a entrar, sem temer as câmeras de segurança instaladas em cada andar da galeria de arte.

O assassino

Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, atirou contra o embaixador enquanto ele fazia um discurso ao vivo. Enquanto atirava, Mevlüt gritava 'Alá é grande'

Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, serviu por dois anos e meio nas forças da polícia de choque em Ancara.

Nascido em S;ke, na província de Aydin (oeste da Turquia), ele se formou na academia de polícia de Izmir (oeste), segundo Soylu.

Se o motivo para este ato resta a ser determinado, o atacante fez referência à Síria e a Aleppo.

"Não esqueçam de Aleppo, não esqueçam da Síria", disse depois de gritar "Allah Akbar" e evocar em árabe "aqueles que prometeram lealdade a jihad".

O prefeito de Ancara, Melih G;kçek, disse que o assassino poderia estar ligado ao pregador Fethullah Gulen, designado pelo governo turco como o instigador do golpe fracassado de julho. Uma tese amplamente expressa nesta terça-feira pela imprensa pró-governo.

Seis familiares de Altintas, incluindo seus pais e sua irmã, estavam sob custódia em Aydin, de acordo com a agência de notícias Dogan.

A vítima

Andrei Karlov, de 62 anos, era um diplomata experiente que serviu na Turquia em um período de grande tensão nas relações entre Moscou e Ancara

Andrei Karlov, de 62 anos, era um diplomata experiente que serviu na Turquia em um período de grande tensão nas relações entre Moscou e Ancara.

Ao chegar em Ancara em 2013, contribuiu para reforçar as relações entre a Rússia e a Turquia, que haviam se deteriorado fortemente depois da destruição de um caça russo pelo exército turco no outono de 2015.

Desde então, as relações têm melhorado, tendo o embaixador russo desempenhado neste contexto um papel importante, segundo os líderes turcos que homenagearam o diplomata.

Casado, pai de um filho, fluente em inglês e coreano, Karlov serviu na Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Contexto

O assassinato ocorreu na véspera de uma reunião crucial sobre a Síria entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Turquia e Irã.

No momento do ataque, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, estava em um avião para Moscou.

A reunião tripartida foi realizada nesta terça-feira, e as autoridades turcas e russas garantiram que o ataque tinha a intenção de prejudicar as relações russo-turcas, mas que o objetivo não seria alcançado.

Turquia e Rússia se opõem sobre o conflito na Síria, onde Moscou apoia o presidente Bashar al-Assad e Ancara a oposição.

Muitos contatos diplomáticos entre Ancara e Moscou, no entanto, permitiram lançar um processo de evacuação dos bairros rebeldes da cidade de Aleppo.
Por France Presse

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