O Conselho de Segurança da ONU exigiu nesta sexta-feira (23/12) que Israel ponha fim aos assentamentos, em uma resolução adotada depois de que os Estados Unidos se abstiveram, não usando seu direito a veto. Em manobra pouco usual, Washington se absteve, enquanto os 14 membros restantes do Conselho votaram a favor da resolução. Os integrantes de cada país-membro aplaudiram a resolução.
Nova Zelândia, Malásia, Senegal e Venezuela impulsionaram a votação nesta sexta-feira, depois que o Egito decidiu postergá-la após o telefonema do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ao chefe de Estado egípcio, Abdel Fatah al Sissi.
O embaixador isralense na ONU, Danny Danon, reconheceu que ser governo esperava que os Estados Unidos vetassem "esta vergonhosa resolução".
"Não tenho dúvidas de que a nova administração americana e o próximo secretário-geral da ONU (Antonio Guterres) acertarão o passo em direção a uma nova era na relação da ONU com Israel", declarou.
Em relação à adoção da resolução, Trump afirmou no Twitter que no que diz respeito à "ONU, as coisas serão diferentes depois de 20 de janeiro", quando ele assume o cargo.
"Não é uma decisão contra as colônias, mas contra Israel, contra o povo judeu", declarou o ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, a uma rede de televisão israelense.
"Esta noite os Estados Unidos abandonaram seu aliado, seu único amigo no oriente Médio", disse Steinitz.
"Dói ver que após oito anos de amizade com o governo (do presidente Barack) Obama (...), acabam neste ato hostil", acrescentou.
A resolução exige que "Israel cesse imediatamente e completamente os assentamentos nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental".
Além disso, ressalta que as colônias israelenses "não têm validez legal" e "estão pondo em perigo a viabilidade da solução dos dois Estados".
Os assentos de Israel são vistos como uma grande armadilha aos esforços de paz, já que estão construídos em territórios palestinos que pertenciam a seu futuro Estado.
A ONU, que ressalta que as colônias são ilegais, alertou que nos últimos meses as construções proliferaram.
Cerca de 430 mil israelenses vivem atualmente na Cisjordânia e outros 200 mil em Jerusalém Oriental, que para os palestinos deve ser a capital de seu futuro país.
Para Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência palestina, a resolução é "um grande golpe pra Israel".
"Trata-se de uma condição internacional unânime da colonização e um claro apoio a uma solução de dois Estados", acrescentou, pouco depois da votação em Nova York.
Por France Presse