postado em 02/01/2017 11:50
[FOTO1]A filha da polêmica ex-confidente da presidente da Coreia do Sul, no centro do escândalo que levou o Congresso a destituí-la, foi detida na Dinamarca, informaram as autoridades judiciais do país asiático.
A presidente coreana, Park Geun-hye, cujas funções foram transferidas para o primeiro-ministro, é acusada de ter se deixado influenciar por sua amiga e confidente Choi Soon-Sil, acusada de corrupção.
Choi Soon-Sil está detida e é acusada de ter utilizado sua amizade com Park para extrair enormes somas de grandes conglomerados sul-coreanos, incluindo Samsung.
A filha de Choi Soon-Sil, Chung Yoo-Ra, foi detida no domingo (1;/1) pela polícia dinamarquesa porque seu visto estava vencido.
O Ministério Público coreano informou que está em negociações com as autoridades dinamarquesas para que Chung, de 20 anos, seja deportada.
Choi é filha de uma misteriosa figura religiosa, Choi-Tae-Min, chefe autoproclamado da Igreja da Vida Eterna.
Ele havia se convertido no mentor de Park Geun-hye após o assassinato de sua mãe, em 1974.
Segundo a imprensa, Choi Soon-Sil teria herdado de seu pai, que morreu em 1994, uma influência pouco apropriada sobre a presidente.
Após o escândalo, Choi se tornou conhecida como a "Rasputina" da Coreia do Sul.
Em função desse escândalo, no início de dezembro o Parlamento da Coreia do Sul aprovou a destituição de Park Geun-Hye.
[SAIBAMAIS]O impeachment, aprovado por 234 votos a favor e 56 contrários, transferiu imediatamente os poderes de Park ao primeiro-ministro, à espera da sentença do Tribunal Constitucional, que deve ratificar ou invalidar a decisão parlamentar.
A definição pode demorar seis meses, período em que Park poderá permanecer na residência presidencial, a Casa Azul.
A situação pode prolongar a crise política.
Pouco depois da votação, Park Geun-Hye pediu perdão pelo "caos" político no país e solicitou ao governo que permaneça vigilante.
Park, 64 anos, entra para a história como a primeira presidente sul-coreana eleita democraticamente a não concluir o mandato de cinco anos.
Um desenlace inesperado para a política, filha do ditador Park Chung-Hee, que fez campanha como uma candidata incorruptível, que não devia nada a ninguém e estava "casada com a nação".
O processo de destituição é resultado de semanas de crise, durante as quais milhões de pessoas saíram às ruas para pedir aos partidos políticos o afastamento de Park.
A pressão da opinião pública foi fundamental para que um número suficiente de deputados do partido conservador da presidente, o Saenuri, decidissem apoiar a moção ao lado da oposição.
A corrupção na cúpula do poder tem sido um grande obstáculo para a democracia sul-coreana e o palácio presidencial não é exceção.
Por France Presse