postado em 04/01/2017 16:57
O presidente americano eleito, Donald Trump, falou por telefone com o novo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta quarta-feira (4/1), comunicando suas expectativas de que a administração de Guterres siga uma linha mais dura no que diz respeito à atuação global da organização.
O porta-voz de Trump, Sean Spicer, confirmou a ligação, mas não deu informações sobre o teor da conversa. Ele ressaltou que o novo governo americano, que toma posse em 20 de janeiro, pressionará para que haja reformas na ONU.
De acordo com Spicer, a nova administração trabalhará "para garantir que os Estados Unidos, que fornecem uma grande parte do orçamento da ONU, reivindiquem reformas e mudanças, de modo que nossos impostos em dólares sejam usados... eficiente e eficazmente".
Ex-primeiro-ministro português, Guterres assumiu a secretaria-geral das Nações Unidas após o fim do mandato do sul-coreano Ban Ki-moon, um ex-diplomata de carreira, em 1; de janeiro.
Na terça-feira (3/1), em seu primeiro dia de trabalho, o novo secretário-geral alertou que o mundo passa por "tempos muito desafiadores". Ele pediu apoio para o modelo de atuação que será reformulado, com o intuito de responder às questões mundiais de forma mais eficaz.
"Nós temos de ser capazes de reconhecer nossas falhas, nossos fracassos", disse ele aos funcionários e diplomatas da organização.
Guterres também pediu que haja um forte compromisso para mudar, reformar e melhorar a atuação da organização e que "se livre da camisa de força da burocracia".
Na última semana, Trump acusou a ONU de ser uma das causas dos problemas globais - e não parte da solução.
"A ONU tinha um tremendo potencial. Não está vivendo de acordo com o seu potencial", declarou o republicano à imprensa, em seu resort na Flórida, o Mar-a-Lago.
"Quando você vê a ONU resolvendo problemas? Ela não resolve. Ela causa problemas", insistiu.
Trump também foi bastante crítico a respeito da votação de 23 de dezembro passado, no Conselho de Segurança da ONU, de uma medida que pedia a Israel para suspender a construção de colônias no território palestino.
Pela primeira vez, o governo do presidente Barack Obama optou por não vetar a resolução, sinalizando uma guinada na política americana para Israel, seu grande aliado no Oriente Médio. A postura foi duramente criticada por Trump, que prometeu revertê-la.
"Quanto à ONU, as coisas serão diferentes depois de 20 de janeiro", tuitou Trump, após a votação no Conselho.
Por France Presse