postado em 07/01/2017 11:14
O aeroporto de Fort Lauderdale reiniciou suas operações neste sábado depois de ter vivido cenas caóticas no dia anterior, quando um homem abriu fogo contra a multidão e deixou cinco mortos e oito feridos.
[SAIBAMAIS]O atirador foi identificado como Esteban Santiago, um americano de 26 anos que combateu na guerra do Iraque, segundo informaram as autoridades do condado de Broward, 50 Km ao norte de Miami, na Flórida.
"Tinha uma pistola, estava disparando contra as pessoas. Todo mundo estava esperando sua bagagem", contou uma testemunha, John Schlicher, à Fox News.
Santiago foi membro da Guarda Nacional de Porto Rico e do Alasca. Entre abril de 2010 e fevereiro de 2011 ficou destacado no Iraque e abandonou o exército em agosto do ano passado.
O ex-militar foi preso sem ficar ferido depois de provocar cenas de pânico entre os viajantes que tentavam salvar sua vida. Agora, está sob custódia e sendo interrogado pelo FBI.
O agente especial do FBI em Miami, George Piro, disse que "a investigação está em uma fase muito preliminar ainda" e que não se pode determinar se foi, ou não, um terrorista. Também não informou que arma o agressor usou.
"Nesse ponto, parece que agiu sozinho", disse Piro aos jornalistas.
Um vídeo gravado por uma testemunha com seu celular e exibido pelo canal Fox mostrava uma pessoa sangrando no chão do terminal 2 e outras caídas ou ajoelhadas.
O doutor Ralph Guarnieri, do centro de traumatologia do hospital de Broward, disse em entrevista coletiva que recebeu cinco pacientes em estado grave, sendo que três estão estáveis e dois são submetidos a cirurgias.
"Desempenho insatisfatório"
O agente Piro explicou à imprensa que Santiago viajou do Alasca para Fort Lauderdale e fez escala em Minnesota.
Citando fontes policiais, a CNN reportou que Santiago havia declarado que portava uma arma em sua bagagem, algo que não causa surpresa em um país onde o direito de portar armas é garantido pela Constituição.
Piro também assinalou que Santiago foi há dois meses num escritório do FBI em Anchorage, Alasca, mostrando "um comportamento errático", que levou os oficiais a enviá-lo para um hospital psiquiátrico para sua avaliação.
Segundo a CBS, o homem disse então que o estavam forçando a lutar pelo grupo Estado Islâmico e que a CIA controlava sua mente, ao obrigá-lo a ver vídeos dessa organização extremista.
De acordo com a ABC News, Santiago recebeu baixa de seu serviço militar devido a seu "desempenho insatisfatório".
Durante toda a tarde e noite de sexta, o aeroporto ficou fechado e milhares de pessoas retidas no terminal enquanto as autoridades verificavam a cena do crime.
"Calculamos que havia umas 10.000 pessoas", disseo diretor do aeroporto de Fort Lauderdale, Mark Gale.
As autoridades também tiveram de organizar às pressas a complicada devolução de cerca de 20.000 malas e outros artigos pessoais aos passageiros que foram evacuados temporariamente.
Em seu Twitter, o aeroporto informou que neste sábado todas as pistas já estão operacionais para os passageiros e recomendou que os viajantes contatassem suas companhias aéreas.
Coração Partido
O presidente Barack Obama, por sua vez, lamentou o incidente, em entrevista à ABC News. "Não quero comentar isto, apenas dizer que tenho o coração partido por todas as famílias afetadas".
O governador da Flórida, o republicano Rick Scott, viajou para o local e reiterou, em conversa com a imprensa, que se trata de "uma investigação em curso", sem oferecer detalhes.
"Há muita informação que as forças da ordem divulgarão em seu momento", disse Scott.
O presidente eleito, Donald Trump, manifestou no Twitter que está "monitorando a terrível situação na Flórida" e enviou seus "pensamentos e orações" às vítimas.
Obama foi informado sobre os fatos por assessores de segurança.
O ex-porta-voz da Casa Branca Ari Fleischer também tuitou: "Estou no aeroporto de Ft. Lauderdale. Tiros foram disparados. Todo mundo está correndo".
"Tudo parece calmo agora, mas a polícia não deixa que ninguém saia do aeroporto, pelo menos não da área onde eu estou", acrescentou em outro tuíte postado mais tarde.
Este ataque ocorre em um estado sensibilizado pelos frequentes tiroteios que ocorrem nos Estados Unidos. Em junho de 2016, um chamado "lobo solitário", pessoas que agem sozinhas em ataques, matou 49 e feriu 53 em uma boate gay em Orlando, no centro da Flórida.
Por France-Presse