postado em 09/01/2017 09:01
O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que está decidido a libertar "cada centímetro quadrado" da Síria dos "terroristas", como classifica todos os grupos rebeldes, em declarações a meios de comunicação franceses.
[SAIBAMAIS]"Temos a legitimidade para libertar qualquer zona controlada pelos terroristas, independentemente do nome que eles utilizem", disse o presidente às rádios RTL e France Info e ao canal de notícias LCP.
"Podem se chamar Estado Islâmico (EI), Al Nusra (braço sírio da Al-Qaeda), dizer que são moderados ou Capacetes Brancos (serviços de socorro nas zonas rebeldes), não interessam os nomes", disse Assad.
"Nossa missão constitucional é libertar cada centímetro quadrado do território sírio, isso nem mesmo se discute", acrescentou o presidente sírio, que rejeitou as acusações de violação dos direitos humanos, de crimes de guerra e de lesa humanidade.
"Se tivéssemos feito tais coisas não teríamos apoio, não seria presidente, o governo não existiria mais", disse Assad ao se referir, entre outras, às acusações de torturas de presos e bombardeios de civis e hospitais.
"Pudemos resistir durante toda a guerra porque temos apoio popular. E não se pode ter apoio popular se matamos os próprios cidadãos. Portanto, esta história não se sustenta", afirmou.
A repressão sangrenta de manifestações de protesto em março de 2011 deu lugar rapidamente a uma guerra civil na Síria, que se converteu em conflito internacional.
Mais de 310 mil pessoas morreram em quase seis décadas de guerra.
Uma trégua, que foi globalmente respeitada, foi decretada no dia 30 de dezembro na Síria.
Estão previstas negociações de paz no fim de janeiro em Astana, Cazaquistão, patrocinadas pela Rússia, aliada do regime sírio, e Turquia, que apoia a rebelião.
"Não sabemos quem representará a outra parte", declarou o presidente sírio aos meios de comunicação franceses, dizendo querer falar à "verdadeira" oposição síria.
"Quando digo ;verdadeira;, quero dizer que tem suas raízes na Síria, não a saudita ou a francesa ou a britânica... Deve ser uma oposição síria para falar sobre os problemas sírios, o êxito desta conferência dependerá deste ponto", concluiu.
Por France Presse