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Suposto autor britânico de informe sobre Trump segue indetectável

Homem de 52 anos foi identificado por vários meios de comunicação como o autor do documento de 35 páginas que o presidente eleito Donald Trump considera totalmente falso

postado em 12/01/2017 13:27
Apesar da perseguição dos meios de comunicação, o suposto autor do polêmico relatório sobre as relações entre Donald Trump e a Rússia, Christopher Steele, considerado um ex-espião britânico reconvertido a consultor, seguia desaparecido nesta quinta-feira.

Este homem de 52 anos foi identificado por vários meios de comunicação como o autor do documento de 35 páginas que o presidente eleito Donald Trump considera totalmente falso.

A publicação de seu nome por parte do Wall Street Journal desencadeou uma autêntica caça na Grã-Bretanha, mas Steele não está nem em sua casa, nem em seu escritório, e meios de comunicação locais afirmam que teria fugido.

Sua grande casa de tijolos vermelhos, no povoado de Runfold, perto de Londres, estava vazia nesta quinta-feira, comprovou um jornalista da AFP.

Um de seus vizinhos, Mike Hopper, disse à agência PA que Steele vivia ali há 18 meses com sua esposa e seus quatro filhos.
Quando saiu de casa na manhã de quarta-feira parecia normal, disse o vizinho. "Não disse onde ia nem quando voltaria", acrescentou Hopper, explicando que, enquanto isso, cuidará de seus três gatos.

Segundo o jornal The Telegraph, que cita uma fonte anônima, Steele teria fugido, preocupado por sua segurança, de sua família e por possíveis represálias após a publicação do documento.

Segundo seu perfil no LinkedIn, Steele é um dos diretores da consultoria londrina Orbis Business Intelligente. Em seu site, a empresa diz que foi fundada em 2009 "por antigos profissionais dos serviços britânicos".

"Com sede em Londres, mas com um alcance global, nossa principal força é nossa capacidade para combinar uma rede de fontes de alto nível com uma sofisticada capacidade de investigação", indica a empresa, que nesta quinta-feira não respondia ao telefone e tinha muitos jornalistas parados na sua porta.

"Fornecemos conselhos estratégicos, organizamos operações para coletar inteligência e realizamos investigações complexas, em muitos casos transfronteiriças", acrescenta a Orbis.

Ex-agente do MI6 em Moscou

O diretor da consultoria, Chris Burrows, se negou ante o Wall Street Journal a "confirmar ou desmentir" a participação da empresa no relatório Trump.

Os escritórios da Orbis, situados perto do Palácio de Buckingham, estão no segundo andar de um edifício elegante. "Hoje não virá ninguém", disse à AFP a recepcionista do edifício.

Segundo o Wall Street Journal, que cita um ex-agente da CIA, Christopher Steele trabalhou durante vários anos em Moscou para o MI6, a agência britânica de inteligência exterior, e tem boa reputação entre os profissionais.

"É um agente de inteligência respeitado e, como muitos deles, começou uma segunda carreira quando alcançava os 50 anos", segundo um especialista em segurança da BBC, Franl Gardner.

Estes ex-agentes "costumam trabalhar (no setor privado) por muito mais dinheiro e com muito mais liberdade", explicou, embora tenha dito que era incomum que uma pessoa com este perfil estivesse envolvida a este nível em questões políticas.

Consultado pela AFP, o ministério das Relações Exteriores britânico, que administra a comunicação externa do MI6, não quis fazer comentários.

Christopher Steele "não trabalha" para a administração britânica, afirmou um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May.

O polêmico relatório do qual Steele seria o autor inclui muitas informações comprometedoras sobre Donald Trump, entre elas a existência de um vídeo no qual apareceria junto a prostitutas russas ou informações sobre suas supostas trocas de informação com o Kremlin há décadas.
Por France Presse

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