Agência France-Presse
postado em 12/01/2017 18:47
O governo da Venezuela acusou nesta quinta-feira Lilian Tintori, mulher do líder opositor Leopoldo López, de planejar um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro.
O ministro do Interior e Justiça, general Néstor Reverol, divulgou uma conversa telefônica entre duas pessoas, identificadas como Tintori e o deputado suplente Gilber Caro, detido na véspera com um fuzil e explosivos, segundo o governo.
"Descobrimos nos últimos dias um plano terrorista desestabilizador (...) arquitetado por membros da extrema direita", afirmou o ministro.
Segundo o governo, o plano previa atos de violência contra o palácio presidencial de Miraflores para resgatar López, condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão por incitar à violência durante protestos contra Maduro que deixaram 43 mortos em 2014.
Mas o trecho da gravação divulgado não traz qualquer referência ao suposto complô, apenas frases desconexas sobre como empoderar politicamente Tintori e "libertar o chefe".
A mulher de López deverá prestar depoimento ainda nesta quinta-feira.
Reverol confirmou o retorno à prisão do general reformado Raúl Baduel, aliado do finado presidente Hugo Chávez (1999-2013) e agora crítico de seu governo, que estava em liberdade condicional.
O ministro acusou Baduel de também estar envolvido em manobras desestabilizadoras.
Dois vereadores da oposição foram igualmente detidos nas últimas horas sob as mesmas acusações.
Reverol destacou que estas ações fazem parte de um trabalho de "comando anti-golpe" ativado por Maduro na terça-feira passada, liderado pelo vice-presidente, Tareck El Aissami.
Segundo o general, Caro integra a estrutura de segurança de Tintori e é "homem de confiança" de López.
Caro já foi condenado à prisão duas vezes: a 20 anos em 1985, por homicídio, e a 15 anos em 1993, por tráfico de drogas.
"Com Walter Méndez, chefe da segurança de Tintori, Caro organizava uma estrutura de choque integrada por células paramilitares colombianas para cometer atos terroristas", declarou o ministro.