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Presença das tropas turcas complica negociações sobre Chipre

A ilha está dividida desde 1974, quando o exército turco invadiu o norte em reação a um golpe de Estado de cipriotas-gregos que pretendiam unir o Chipre à Grécia, o que gerava grande preocupação entre a minoria turco-cipriota

Agência France-Presse
postado em 13/01/2017 14:52
As negociações de paz promovidas pela ONU para obter um acordo de reunificação do Chipre, depois de 42 anos de divisão, enfrentam um obstáculo em função de desacordos sobre o futuro do exército turco presente na ilha.

"Abrimos uma via que cria esperanças", afirmou o presidente cipriota, Nicos Anastasiadis.

Há quatro dias são realizadas intensas negociações em Genebra entre o dirigente turco-cipriota Mustafá Akinci e ministros gregos, turcos e do Reino Unido, na qualidade de antiga potência colonial.

No entanto, a presença de 30 mil soldados turcos posicionados desde 1974 na ilha mediterrânea continua sendo um dos principais pontos de discórdia.

"Nossa posição continua sendo pela retirada do exército turco", declarou Anastasiades.

Mas o presidente turco Recep Tayyip Erdogan descartou uma retirada total das tropas. "De maneira alguma haverá uma retirada total dos soldados turcos. É algo que já foi debatido antes", enfatizou.

A ilha está dividida desde 1974, quando o exército turco invadiu o norte em reação a um golpe de Estado de cipriotas-gregos que pretendiam unir o Chipre à Grécia, o que gerava grande preocupação entre a minoria turco-cipriota.

Desde então, a República do Chipre, admitida na União Europeia em 2004, exerce sua autoridade apenas na parte sul, onde vivem os cipriotas gregos.

Os cipriotas turcos vivem no norte, onde exece sua soberania uma República Turca do Chipre do Norte, reconhecida apenas pela Turquia.

A Grécia se somou nesta sexta à posição do presidente Anastasiadis ao assegurar que não pode haver uma solução para quatro décadas de divisão do Chipre enquanto "houver uma ocupação das tropas turcas na ilha".

Antonio Guterres, que recepciona as negociações em Genebra em sua primeira viagem como novo secretário-geral da ONU, disse que um acordo está perto, mas advertiu contra qualquer expectativa de uma solução rápida.

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