postado em 16/01/2017 10:07
A Alemanha poderá reduzir sua alíquota de imposto corporativo na sequência de movimentos semelhantes no Reino Unido e nos EUA, disse nesta segunda-feira o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Sch;uble. As reduções, no entanto, viriam só após as eleições gerais marcadas para setembro.
A maior economia da Europa deve simplificar seu sistema tributário complexo para as empresas, a fim de manter a competitividade internacional, argumentou Sch;uble em entrevista ao The Wall Street Journal.
Ele também disse que, enquanto a Alemanha se opõe à concorrência fiscal entre países industriais maduros, Berlim também considerara reduzir as taxas de imposto, se necessário.
"Quando se faz política tributária, é preciso sempre considerar as taxas de imposto", disse Sch;uble. "Temos espaço para reduções de impostos que gostaríamos de aproveitar", destacou.
Seus comentários marcam uma mudança radical nas prioridades para o ministro, que elaborou uma reputação dura para a disciplina fiscal em seus mais de sete anos no cargo.
As reduções de impostos só viriam após as eleições nacionais marcadas para setembro, disse Sch;uble, assumindo que seu partido venceria. Os democratas-cristãos de Sch;uble, também do partido da chanceler Angela Merkel, atualmente gozam de uma ampla vantagem nas pesquisas.
Nos últimos anos, as principais economias ocidentais com níveis historicamente elevados de impostos sobre os lucros das empresas juntaram forças para fechar lacunas legais que permitiram grandes empresas multinacionais para mudar porções ainda maiores de seus lucros tributáveis em jurisdições de baixa tributação.
Mais recentemente, no entanto, alguns desses países mudaram para cortejar essas grandes empresas prometendo seus próprios cortes de impostos. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que gostaria de reduzir a alíquota do imposto de renda corporativa de 35% para 15% como parte de uma reforma fiscal mais ampla.
Em novembro, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse que a principal taxa corporativa deverá cair de 20% para 17% até 2020. Estes anúncios seguiram as ações de cortes realizadas pelo Japão, Canadá, Itália e França.
Sch;uble disse que os possíveis cortes não seriam limitados aos impostos corporativos, mas que seriam parte de uma redução geral da carga tributária para empresas e indivíduos no valor de até 15 bilhões de euros por ano.
"Agora que concluímos nossa consolidação fiscal, gostaríamos de tomar medidas maiores para limitar a carga tributária", disse ele.
Um projeto, disse ele, analisaria a evasão fiscal por empresas de tecnologia que vendem bens e serviços digitais, algo que esperava receber o apoio da nova administração dos EUA.
Por Agência Estado