O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quarta-feira (18/1), em Davos, que seu governo e o Exército de Libertação Nacional (ELN), única guerrilha ativa do país, chegaram a um acordo para iniciar diálogos de paz para pôr fim a mais de meio século de conflito armado.
Os diálogos para acabar com o conflito armado começarão em 7 de fevereiro, em Quito. Além disso, foi anunciado que cinco dias antes os rebeldes libertarão um ex-congressista refém e o governo indultará dois rebeldes.
"Acordamos começar em 7 de fevereiro, em Quito, a mesa pública que dá início à fase formal dos diálogos para a paz na Colômbia", indicaram ambas as delegações em um comunicado.
"Em 2 de fevereiro, o ELN libertará o cidadão Odín Sánchez Montes de Oca. Neste mesmo dia, dois integrantes do ELN serão indultados", acrescentou o texto.
"Temos um acordo com o ELN que os detalhes serão apresentados pelas duas partes no Equador, em Quito", disse.
"Estamos tentando iniciar essas negociações oficiais já há três anos, e a verdade é que se tratou de um processo muito difícil", afirmou Santos, ao celebrar essa "boa notícia para o país".
"Essa segunda etapa que começará no mês que entra é sumamente importante, porque nos permitirá alcançar uma paz completa. Não apenas a paz com as Farc, mas com o ELN também", acrescentou.
A instalação da mesa com o ELN estava prevista para acontecer em 27 de outubro passado, em Quito. Foi suspensa pelo presidente, que reivindicava a libertação do ex-congressista Odín Sánchez, nas mãos dos rebeldes desde abril passado. Já o ELN exigiu do governo que indulte guerrilheiros presos.
Envolvido com a luta armada desde 1964 e com cerca de 1.500 combatentes em dez dos 32 departamentos (estados) da Colômbia, segundo números oficiais, o ELN é a única guerrilha ativa no país, após a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em novembro passado.