As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se comprometeram a se concentrar, a partir de 31 de janeiro, nas zonas do país onde entregarão as armas.
Essa ação estava prevista para dezembro, como parte do acordo de paz, mas sofreu atraso por problemas logísticos, informou o governo colombiano nesta quarta-feira (18/1).
"Acertaram-se datas para toda a organização, incluindo uma data para que eles estejam, no final deste mês, em todas as zonas, com os compromissos correspondentes", declarou o alto comissário para a paz, Sergio Jaramillo, em entrevista coletiva em Bogotá.
Na terça-feira, Jaramillo se reuniu com lideranças das Farc em uma remota localidade do sul do país para coordenar a chegada dos rebeldes às 26 zonas de desarmamento. Em até seis meses, os guerrilheiros vão depositar suas armas nessas áreas e começar a transição para a vida civil, sob supervisão da ONU.
No encontro, o governo também garantiu "ter tudo pronto" para a chegada dos rebeldes, incluindo os insumos para a adequação dos acampamentos. A guerrilha diz contar, hoje, com cerca de 5.800 combatentes.
O governo admitiu dificuldades em duas das 26 zonas - as de El Gallo (Córdoba, norte) e Caño Indio (Norte de Santander, nordeste). Na primeira, há problemas de saúde, por conta de um surto de malária. Já na segunda há cultivos ilícitos, o que motivou a resistência da comunidade.
"Chegou-se a um acordo para buscar alternativas", acrescentou Jaramillo.
O governo informou que as tropas guerrilheiras estão agrupadas em 45 lugares do país à espera do traslado para os locais definitivos de concentração, após a assinatura do pacto em novembro passado.
Para verificar o desarmamento, a secretaria-geral da ONU pediu ao Conselho de Segurança que envie pelos menos 450 observadores internacionais ao país. Desse total, 350 já estão em atividade.
"A linha de tempo se mantém nos 180 dias para a entrega das armas", completou Jaramillo.