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Obama fala de relações com Rússia e Cuba em última coletiva como presidente

A declaração foi feita durante a última coletiva de imprensa de Barack Obama como presidente

Agência France-Presse
postado em 18/01/2017 18:03

A declaração foi feita durante a última coletiva de imprensa de Barack Obama como presidente

O presidente americano, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (18/1) que é de interesse dos Estados Unidos ter laços construtivos com a Rússia, mas reconheceu que a relação retornou a um espírito de confronto, quando Vladimir Putin voltou à Presidência.

"Acho que é de interesse dos Estados Unidos e do mundo que tenhamos uma relação construtiva com a Rússia. Este tem sido o meu enfoque ao longo da minha Presidência", disse Obama em sua última coletiva antes de entregar o cargo a Donald Trump na sexta-feira.

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Estados Unidos e Cuba mantiveram duras negociações que permitiram a Washington por fim à política de "pés secos e pés molhados" para os imigrantes cubanos, mas conquistaram uma política "justa e apropriada", disse o presidente Barack Obama.

Essa política era "um vício de uma antiga forma de pensar que não fazia sentido nestes dias e nesta era", disse Obama, acrescentando que os dois países alcançaram "uma política (migratória) que penso que é justa e apropriada para a natureza mutante da relação" bilateral.

Obama aproveitou o evento para justificar a decisão de comutar a pena da ex-militar Chelsea Manning por vazar documentos militares para o site WikiLeaks, alegando que já cumpriu parte importante da pena.

"Sejamos claros: Chelsea Manning já cumpriu uma dura sentença na prisão", disse o presidente, avaliando que a condenação de 35 anos de prisão era "desproporcional" em relação a outras sanções em delitos similares.

Trump e Putin

Obama declarou que, nos oitos anos de sua Presidência, pediu a Rússia que tivesse um papel "construtivo" no mundo e tentou colaborar com o Kremlin.

Ele ressaltou que, após a volta de Putin à Presidência, em 2012, uma crescente "retórica antiamericana" e um "espírito confrontativo", que evocava a Guerra Fria, "tornaram a relação mais difícil".

Em um momento delicado pela situação na Ucrânia e na Síria, Washington e Moscou aprofundaram sua desconfiança mútua após as acusações da Inteligência americana sobre a interferência russa na eleição presidencial.

Enquanto o governo em final de mandato e a comunidade de Inteligência se mantêm muito críticos em relação a Moscou, o próximo presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou seu ceticismo quanto a essas acusações.

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a pessoas próximas a Putin, após a invasão russa à Crimeia, que ampliou recentemente após as revelações de ciberpirataria nas eleições.

Obama também criticou Putin por se negar a aprofundar os compromissos sobre a redução de armas nucleares (START). De qualquer modo, o democrata deu a Trump o benefício da dúvida de uma nova relação com Moscou.

"Se o presidente eleito Trump conseguir reiniciar essas negociações de uma maneira séria, acho que resta muito espaço a ambos os países para reduzir nossos arsenais nucleares", disse Obama.

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