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Novo presidente gambiano toma posse na embaixada em Dacar

Barrow fez um apelo pela união, pela reunião e pelo trabalho, prometendo governar para todos, e não apenas para os que votaram nele

Agência France-Presse
postado em 19/01/2017 19:54

O novo presidente gambiano, Adama Barrow, 51 anos, prestou juramento na tarde desta quinta-feira (19/1), em cerimônia oficial realizada na embaixada do país no Senegal, após o fim do mandato de Yahya Jammeh, que se recusa a deixar o poder.

Todo vestido de branco, Barrow prestou juramento com as mãos sobre o Alcorão, pouco antes das 17h (15h, horário de Brasília), diante do presidente da Ordem dos Advogados da Gâmbia, Sheriff Tambadou, e na presença de vários representantes de organizações internacionais e regionais. Suas duas mulheres acompanharam o evento.

O novo presidente disse se tratar de uma "ocasião histórica". "É um dia que os gambianos nunca mais vão esquecer", afirmou. "A bandeira gambiana tremulará alto agora", declarou, após a inédita posse no exterior.

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Ele também ordenou "ao chefe do Estado-Maior e aos oficiais de alta patente que me mostrem sua lealdade enquanto comandante em chefe".

Barrow fez um apelo pela união, pela reunião e pelo trabalho, prometendo governar para todos, e não apenas para os que votaram nele.

Ele agradeceu aos países e às instituições que se mobilizaram para resolver a crise na Gâmbia, instalada depois de Yahya Jammeh ter declarado que não reconheceria o resultado das urnas. Jammeh está no poder desde 1994.

Barrow mencionou, especialmente, os presidentes Muhammadu Buhari (Nigéria) e Macky Sall (Senegal), assim como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cédéao), a União Africana e a ONU.

Entre as personalidades que compareceram à posse, estavam o primeiro-ministro senegalês, Mahammad Boun Abdallah Dionne; o ministro senegalês das Relações Exteriores, Mankeur Ndiaye; o presidente da Comissão da Cedeao, Marcel Alain de Souza; o enviado especial da ONU na África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas, além de vários embaixadores acreditados em Dacar.

Situada no bairro de Yoff, a embaixada foi cercada por uma multidão de gambianos exilados após a posse. Alguns usavam camisetas com a inscrição #GambiaHasDecided" ("Gâmbia decidiu"), slogan dos partidários da mudança de governo, enquanto outros agitavam bandeiras, dançavam e cantavam.

A população tomou as ruas da capital gambiana, Banjul, para festejar a posse.

Militares avançam

Tropas senegalesas e de outros quatro países da África Ocidental ingressaram na Gâmbia, no âmbito de uma operação regional para pressionar Yahya Jammeh a ceder o poder a Adama Barrow, informou o porta-voz do Exército.

"Entraram esta tarde", declarou à AFP o porta-voz do Exército do Senegal, coronel Abdoul Ndiaye.

"O conjunto dos meios - terra, ar e mar - das forças da Cedeao mobilizadas para essa operação foi autorizado", disse à AFP uma outra fotne do Exército senegalês, acrescentando que militares da Nigéria, do Gana, do Togo e do Mali também participam.

O anúncio sobre a entrada das tropas foi feito alguns minutos depois de o Conselho de Segurança ter apoiado, por unanimidade, os esforços militares para forçar a saída de Jammeh. Patrocinada pelo Senegal, a resolução ganhou a adesão de todos os 15 membros do órgão, incluindo a Rússia. Moscou destacou, porém, que a medida não autorizou formalmente uma ação militar nesse país.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, telefonou hoje para Adama Barrow para manifestar seu total apoio.

Guterres expressou "ao presidente Barrow seu total apoio por sua determinação e pela histórica decisão da Cedeao, com o apoio unânime do Conselho de Segurança, para restaurar a autoridade da lei na Gâmbia, assim como para honrar e respeitar o povo da Gâmbia", informou um porta-voz da ONU.

HOje, aviões de combate nigerianos fizeram missões de reconhecimento sobre a Gâmbia, em especial sobre Banjul. Turistas - principalmente britânicos - continuam sendo retirados do país.

Milhares de refugiados fugiram da Gâmbia nos últimos dez dias em meio a uma escalada de tensões, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

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