Um governo ;do povo;, que defende suas fronteiras da ;devastação de outros países; e prioriza os interesses próprios, sob quaisquer circunstâncias, foi a promessa feita por Donald Trump ao se tornar o 45; presidente dos Estados Unidos. Com um discurso autoritário e considerado populista por seus críticos, o novo líder da maior potência econômica e bélica do mundo incitou o nacionalismo e reforçou a proposta de conduzir o país a uma era de introspecção e de protecionismo. ;A partir deste dia, uma nova visão governará a nossa terra. Deste momento em diante, será a América primeiro;, avisou. Sob a chuva leve que caía sobre Washington, o vencedor da polarizada disputa eleitoral de novembro passado distribuiu ataques ao establishment do país e ditou as novas ;regras; que deverão nortear a gestão do republicano: ;Compre (produtos) americanos e contrate americanos;.
A colocação contundente em muito se assemelhou aos discursos de campanha do magnata que se tornou político. Trump jurou ;preservar, proteger e defender a Constituição dos EUA;, diante do juiz John Roberts, chefe da Suprema Corte americana, em meio a uma onda de protestos que culminou na prisão de pelo menos 95 pessoas apenas em Washington (leia na página 15). Nas ruas da capital, um número de pessoas menor do que o registrado na posse de Barack Obama se reuniu para ver Trump e a nova primeira-dama, Melania, seguirem em direção à Casa Branca, após a cerimônia na sede do Legislativo. Com o país dividido, o magnata se tornou o primeiro presidente americano sem experiência na vida pública e com taxa de desaprovação de 55%, de acordo com pesquisa encomendada pela rede de televisão Fox News.
Um seleto grupo de convidados formado pela família Trump, congressistas, membros do Judiciário e três ex-presidentes americanos acompanhou de perto a solenidade nas escadarias do Capitólio. Além de Obama, que se despediu da Presidência ao lado da emocionada mulher, Michelle (leia na página 16), Jimmy Carter, George W. Bush e Bill Clinton compareceram à posse. Derrotada por Trump nas urnas, Hillary Clinton enfrentou o delicado momento ao lado do marido para ;honrar a democracia;. Segundo o jornal The Hill, a democrata foi vaiada por simpatizantes do novo presidente que acompanhavam o evento. Durante o almoço oferecido após a cerimônia, Trump puxou aplausos de pé para a antiga adversária e se declarou ;honrado; com a presença dela.
[SAIBAMAIS]