Agência France-Presse
postado em 21/01/2017 23:10
[FOTO866863]Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em todo o mundo em protesto contra o novo presidente americano, Donald Trump, e suas declarações sobre as mulheres, mostrando apoio aos manifestantes dos Estados Unidos. Em Londres, a maioria dos manifestantes eram mulheres, que saíram em passeata da embaixada dos Estados Unidos até a praça Trafalgar.
Hannah Bryant, 34, funcionária de um museu, participou da marcha com a filha de 4 anos, e ambas usavam gorros rosas com orelhas, os "pussy hats", também usados por manifestantes dos Estados Unidos. "Estive ensinando a ela sobre igualdade e preconceitos, quero que veja quanta gente acredita nisso", contou.
Oliver Powell, um ator de 31 anos que considera Trump uma "pessoa detestável", disse: "Quero que a maioria dos americanos que não votaram nele saibam que têm apoio em todo o mundo". "Não dá para acreditar que ele seja real", disse sua amiga Emily Chase, 36 anos.
Muitas manifestantes eram mães e filhas, que se uniram a sindicalistas, grupos feministas, organizações de defesa dos direitos civis e ao prefeito de Londres, Sadq Khan, em um protesto global realizado um dia após a posse de Trump. "É um sentimento de solidariedade: não em nosso nome", afirmou Jill Pickering, estudante americano de 56 anos. "Estou irritado, não votei em Trump", assinalou.
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"Acredito que isso irá estimular os partidos liberais, os democratas (dos Estados Unidos) e os partidos de esquerda neste país que sofreram derrotas eleitorais. O que nos resta? Protestar", afirmou sua amiga Sarah Macdonald, 51 anos.
Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram da marcha, embora nenhuma fonte independente tenha contrastado os dados, uma vez que a polícia não divulgou uma estimativa. Em Paris, 2 mil pessoas se concentraram perto da Torre Eiffel com cartazes em que se lia "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", referindo-se ao lema francês.
"Estou aqui pelas mulheres e por todas as minorias, porque Trump é uma ameaça a toda a humanidade", afirmou a americana Kendra Wergin, de cerca de 30 anos.
A brasileira Andreia Rossi, 39, disse à AFP que se manifestava porque era mulher, e também porque desejava "protestar contra tudo o que Trump representa".
- Por todo o mundo -
Em Barcelona, Roma, Amsterdã e Genebra, também houve manifestações contra os comentários de Trump sobre as mulheres. "Estamos aqui pelas mulheres e pelos direitos humanos", declarou uma americana à rede SkyTG24, em Roma. "Temos que defender os valores democráticos", afirmou Karen Olson, que organizou a marcha suíça, onde motoristas que passavam pelo local do protesto buzinavam em apoio.
Na Cidade do México cerca de mil pessoas -a maioria delas americanas- protestaram com música e perucas. "No Trump, no racism, USA" (Não a Trump, não ao racismo, Estados Unidos) gritavam centenas de americanos perto da embaixada americana na Cidade de México, onde outras 500 pessoas protestavam com cartazes.
Em Tel Aviv cerca de 1.000 pessoas protestaram perto da embaixada americana, com cartazes com frases como "O ódio não é grande" em referência ao slogan de Trump: "Fazer os Estados Unidos grandes de novo".
Em Budapeste, 400 pessoas se solidarizaram com os manifestantes em Washington, algumas exibindo cartazes contra a contrução do muro que Trump quer erguer na fronteira com o México.
Em Berlim, centenas de pessoas se concentraram em frente à embaixada dos Estados Unidos, gritando palavras de ordem em favor dos migrantes, em um país que recebeu cerca de 1 milhão de pessoas que fugiam da guerra e pobreza em 2015.
Em Praga, a organizadora da passeata comentou: "Queremos expressar nosso apoio a valores como democracia, direitos humanos, meio ambiente e direitos das mulheres."
Em Johannesburgo, África do Sul, manifestantes exibiam cartazes em que se lia "A vida dos negros importa".
Na Austrália, milhares de pessoas foram às ruas em Sydney e Melbourne. Na Nova Zelândia, centenas de manifestantes se concentraram na capital, Wellington, e em Auckland.