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Presidente do Peru diz que Odebrecht deve vender projetos e deixar o país

Construtora admitiu que pagou subornos que somam 29 milhões de dólares em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014

Agência France-Presse
postado em 24/01/2017 14:50
Construtora terá que chegar a um acordo com o MP do Peru, que está investigando casos de subornos das empresas brasileiras que operam no país O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse nesta terça-feira (24/1) que a Odebrecht, que reconheceu o pagamento de subornos que somam 29 milhões de dólares em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014, deve vender seus projetos e deixar o Peru.

"A Odebrecht terá que vender seus projetos no Peru, alguns deles são muito bons em fornecimento de eletricidade, rodovias... Lamentavelmente há esse problema da corrupção, a Odebrecht tem que ir embora, acabou", disse o mandatário à emissora RPP.

A construtora terá que chegar a um acordo com o Ministério Público do Peru, que está investigando os casos de subornos das empresas brasileiras que operam no país, informou.

O presidente considerou "muito baixo" os 30 milhões de soles (aproximadamente 10 milhões de dólares) que a empresa adiantou pela devolução dos ganhos ilícitos obtidos, em comparação aos 2,5 bilhões de dólares que terá que pagar como multa nos Estados Unidos, onde houve poucas obras.

"O grande país onde havia toda a construção, além do Brasil, era o Peru, e nossa multinha é de 30 milhões de soles, uns 10 milhões de dólares? Que vergonha", acrescentou.

O mandatário afirmou que o MP verificará se a Odebrecht pagará o que deve e atuará sobre os ativos da empresa no Peru.

O governo peruano resolveu terminar a concessão de um gasoduto avaliado em 7 bilhões de dólares, que havia entregue a um consórcio liderado pela Odebrecht, informou nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Gonzalo Tamayo.

Na madrugada de terça-feira, o presidente disse, por meio de sua conta no Twitter, ter ordenado a execução de uma punição de 262 milhões de dólares ao consórcio por descumprimento do contrato sobre o Gasoduto do Sul.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Odebrecht pediu "profundas desculpas" à sociedade e aos trabalhadores, entre eles os peruanos, "pelos graves erros cometidos por ex-dirigentes".

A nota ressalta que a empresa está fazendo "todo o possível" para esclarecer os fatos, "fazendo que a justiça chegue a todos os envolvidos, permitindo também o pagamento da justa reparação ao Estado".

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