Agência France-Presse
postado em 24/01/2017 14:57
O presidente Donald Trump aprovou nesta terça-feira (24/1) os projetos de dois polêmicos oleodutos, cuja construção tinha sido bloqueada pelo governo de Barack Obama após forte pressão de grupos ambientalistas.
Através da assinatura de dois decretos, o presidente voltou a trazer à tona o extenso oleoduto Keystone XL, que transportará petróleo do Canadá até as refinarias nos Estados Unidos, e outro que atravessará um território indígena em Dakota do Norte.
Enquanto assinava um dos decretos, Trump disse que o oleoduto Keystone XL "estava em disputa" e que os contratos serão renegociados.
De acordo com Trump, o projeto representa "muitos empregos. Serão 28.000 postos de trabalho. Excelentes postos de trabalho de construção".
Depois, ao assinar o decreto sobre o oleoduto de Dakota, o presidente apontou que este também será objeto de renegociação.
"Insisto em que, se vamos construir oleodutos, que as tubulações sejam construídas nos Estados Unidos", disse. "Vamos construir nosso próprio oleoduto, nossos próprios canos, como nos bons tempos", acrescentou.
O projeto Keystone XL tinha sido bloqueado pelo anterior presidente, Barack Obama, após enorme pressão da comunidade ligada à proteção ambiental.
O governo do Canadá apoiava a ideia discretamente, embora o próprio primeiro-ministro, Justin Trudeau, tenha decidido se desvincular do projeto.
O oleoduto de Dakota do Norte se tornou o centro de uma forte polêmica interna nos Estados Unidos.
Grupos indígenas e associações de apoio organizaram uma resistência obstinada ao projeto, com uma intensa mobilização que incluiu celebridades do cinema.
Milhares de pessoas chegaram a acampar no gelado território aberto de Dakota do Norte, em pleno inverno, para bloquear o projeto.
A tribo Sioux teme que a construção do oleoduto em seu território provoque a poluição das águas e a destruição de áreas que consideram sagradas.
A polícia de Dakota do Norte desalojou os manifestantes, e foram registrados violentos confrontos, que geraram uma onda de indignação em nível nacional.
Cerca de 2.000 veteranos americanos se juntaram aos grupos de resistência nas manifestações, até que o governo de Obama decidiu sepultar a ideia.