Agência France-Presse
postado em 25/01/2017 16:03
As equipes de resgate italianas encontraram nesta quarta-feira (25/1) mais seis corpos de vítimas da avalanche que soterrou um hotel, elevando a 25 o número de cadáveres recuperados após uma semana de buscas.
As equipes de emergência continuam a escavar dia e noite sob os escombros do hotel Rigopiano em busca das cinco pessoas que continuam desaparecidas, de acordo com um balanço da Defesa Civil.
Entre os corpos encontrados nesta quarta-feira estão os do gerente do hotel e do recepcionista. A maioria das vítimas morreu de hipotermia, asfixia e traumas, de acordo com os resultados das primeiras necrópsias.
O hotel de luxo, isolado entre as montanhas do Parque Nacional de Gran Sasso, tinha três andares, que desabaram pela força de 120.000 toneladas de neve a 100 km/h, de acordo com estimativas da polícia.
Uma semana após o desastre, que ocorreu como resultado de uma nevasca histórica nos Apeninos somada a uma sequência de terremotos que sacudiram a região central da Itália, o chefe de governo italiano, Paolo Gentiloni, fez uma avaliação dos fatos ante o Senado.
"Todos os esforços humanos, técnicos e de organização têm sido feitos para tentar salvar vidas humanas", disse Gentiloni, que elogiou "a grande capacidade" das equipes de resgate.
Essa área do centro da da Itália, com a cordilheira dos Apeninos no meio, foi atingida por uma série incomum de calamidades, que vão desde uma série de terremotos de mais de 5 graus magnitude em um único dia a nevascas constantes, temperaturas muito baixas e quedas de eletricidade, o que deixaram milhares de pessoas isoladas.
Perante esta "crise sem precedentes", cerca de 11.000 pessoas participaram de mais de 3.500 missões de resgate e mais de 300 helicópteros foram mobilizados.
Graças a essa reação rápida, com equipes de resgate que tiveram que caminhar durante toda a noite, enfrentando rajadas de ventos, de neve e temperaturas particularmente baixas, conseguiram salvas 11 pessoas, incluindo quatro crianças, no hotel, lembrou Gentiloni.
Caça às bruxas
O chefe de governo prometeu investigar se houve negligência ou atraso para lidar com a emergência, mas advertiu que não incentivará uma injusta "caça às bruxas".
"Em Rigopiano houve uma coincidência fatal de acontecimentos sem precedentes, terremotos e nevascas excepcionais", ressaltou.
As declarações de Gentiloni são uma resposta indireta aos centenas de habitantes dos municípios atingidos pelos terremotos do ano passado no centro de Itália, que protestaram em Roma nesta quarta-feira contra a lentidão administrativa na reconstrução das áreas devastadas.
"Viemos reclamar dos atrasos do governo na reconstrução de nossas cidades. Pouco foi feito em cinco meses", lamentou à AFP Mirko Fioravanti, um dos organizadores do protesto.
Os habitantes de Amatrice, cidade devastada pelo terremoto de 24 de agosto que matou 300 pessoas, assim como os de Accumoli (Lazio), Norcia (Umbria) e Arquata del Tronto (Marche), marcharam pela ruas do centro de Roma até a sede da Câmara dos Deputados para solicitar que os trâmites para reconstruir suas aldeias sejam acelerados.